

O Ministério da Saúde liberou a aplicação de vacinas contra varíola dos macacos, também conhecida como Mpox, a partir desta segunda-feira (13/3) em todo o Brasil. A informação foi confirmada pela secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) da pasta, Ethel Maciel.
A campanha de vacinação, antecipada pelo JOTA, focará em grupos prioritários dada a baixa quantidade de doses e o cenário epidemiológico da doença. Entre eles estão pessoas com HIV/Aids com contagem de linfócitos T CD4 abaixo de 200 células nos últimos 6 meses, grupo estimado em 16 mil pessoas no país. Profissionais que trabalham em laboratórios em contato com o vírus também estão incluídos.
A vacina também será uma ferramenta pós-exposição. Há indicação de uso em pessoas que tiveram contato com fluidos e secreções corporais de pacientes com casos suspeitos ou confirmados. Ao todo, há cerca de 46 mil doses disponíveis.
Fiocruz
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) faz estudos para desenvolver uma vacina contra a varíola dos macacos. A pesquisa, ainda em estágio inicial, usa a tecnologia de RNA mensageiro (mRNA) — a mesma que a Pfizer BioNTech e a Moderna usaram nos imunizantes contra a Covid-19 —, mas da própria entidade.
Essa não é a única vacina em potencial contra a Mpox em vista no Brasil. Além dela, a Fiocruz tem parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desde novembro para desenvolver outra vacina.
A instituição ressalva que as iniciativas dependem de eventual demanda do Ministério da Saúde e de novas diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS). A entidade não recomenda a imunização em massa devido ao cenário epidemiológico da doença e da escassez de vacinas no mundo. Atualmente, o único produtor é o laboratório dinamarquês Bavarian Nordic.
“Caso haja uma orientação (da OMS) diferente no futuro e demanda do Ministério da Saúde, Bio-Manguinhos tem duas iniciativas já em curso: um estudo inicial para o desenvolvimento de uma vacina contra Mpox com base na tecnologia de mRNA da própria instituição; e participação em uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), junto com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)”, diz a nota da Fiocruz.