PANDEMIA

Estudo clínico da vacina de Oxford para Covid-19 será suspenso no Brasil

Interrupção da pesquisa global em fase 3 será temporária para apurar relato de efeito adverso grave

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Por questões de segurança, o estudo clínico da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford para Covid-19 será interrompido temporariamente no Brasil e em outros países participantes da fase global.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu o comunicado da farmacêutica AstraZeneca na noite desta terça-feira (8/9) e ainda não se pronunciou oficialmente.

O JOTA apurou que pesquisa ficará suspensa até que um relato de evento adverso grave ocorrido no Reino Unido seja analisado pelo comitê independente de segurança responsável pelo acompanhamento.

A Anvisa também deve fazer uma análise própria sobre os riscos e potenciais impactos na continuidade da pesquisa. Essa avaliação faz parte da atuação da reguladora e já ocorreu em outros estudos relacionados à Covid-19, como os que usam a hidroxicloroquina

Os testes em humanos com a vacina estão em andamento no Reino Unido, no Brasil, na África do Sul e nos Estados Unidos. Até o final de agosto, também havia previsão de testagem no Japão e na Rússia. Segundo a AstraZeneca, o estudo global pode ter participação de até 50 mil voluntários.

Estudo no Brasil

No Brasil, o estudo em fase 3 com a ChAdOx1 nCoV-19 recebeu a anuência da agência reguladora no dia 2 de junho. Foi a primeira pesquisa com vacina para Covid-19 autorizada no país.

Em agosto, o estudo foi alterado e passou a ter a aplicação de duas doses em voluntários.

Atualmente, outras quatro candidatas possuem aval para testes em humanos no país: da Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan; duas da Pfizer com a BioNTech; e da Janssen, farmacêutica da Johnson & Johnson.

Encomenda tecnológica

O imunobiológico é objeto de uma encomenda tecnológica anunciada pelo Ministério da Saúde em julho, envolvendo a AstraZeneca e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O governo federal publicou uma medida provisória que prevê crédito orçamentário extraordinário de R$ 1,9 bilhão para o pagamento.

O acordo prevê a entrega de insumo farmacêutico ativo (IFA) para o processamento final de 100,4 milhões de doses até meados de 2021, além da transferência tecnológica para a produção do IFA pela própria Fiocruz.