VOLTAR
  • Poder
    • Executivo
    • STF
    • Justiça
    • Legislativo
  • Tributos
  • Saúde
  • Opinião e Análise
    • Análise
    • Colunas
    • Artigos
  • Coberturas Especiais
    • Aviação: Desafios da Retomada
    • Agro: Desafio das Rodovias
    • Direito e Desenvolvimento
    • Economia Bancária
    • Inovação e Pesquisa
    • Oportunidades ao Ambiente de Negócios
    • Regulamentação de Criptoativos
    • Segurança Jurídica e Desenvolvimento
    • Sociedade Digital
    • Transporte Rodoviário de Passageiros
  • Reforma Tributária
  • Estúdio JOTA
  • Newsletters
Conheça o Jota PRO para empresas Assine
JOTA
Login
  • Poder
    • Executivo
    • STF
    • Justiça
    • Legislativo
  • Tributos
  • Saúde
  • Opinião e Análise
    • Análise
    • Colunas
    • Artigos
  • Coberturas Especiais
    • Aviação: Desafios da Retomada
    • Agro: Desafio das Rodovias
    • Direito e Desenvolvimento
    • Economia Bancária
    • Inovação e Pesquisa
    • Oportunidades ao Ambiente de Negócios
    • Regulamentação de Criptoativos
    • Segurança Jurídica e Desenvolvimento
    • Sociedade Digital
    • Transporte Rodoviário de Passageiros
  • Reforma Tributária
  • Estúdio JOTA
  • Newsletters

Saúde

Senado discute PEC que abre brecha para comercialização de sangue

Projeto permite que coleta e processamento de plasma que sejam feitos pelo setor privado. CCJ analisa tema nesta quarta (29/3)

  • Joana Oliveira
São Paulo
29/03/2023 07:00 Atualizado em 29/03/2023 às 08:18
Facebook Twitter Whatsapp Email
comentários
PEC do Plasma
Foto: Camila Souza/Governo do Estado da Bahia

Nas décadas de 1970 e 1980, era comum que doadores de sangue fossem “remunerados” no Brasil. No contexto de crises econômicas e desemprego da época, ainda é viva para muitos profissionais da saúde a memória das pessoas que doavam sangue até mesmo em troca de um prato de comida ou de um “pão com café e leite”. Esse é o cenário para o qual hematologistas e outros especialistas temem que o país volte caso seja aprovada a PEC 10/2022, que tramita na CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) do Senado.

A CCJ agendou a análise do projeto para esta quarta-feira (29/3), mas parlamentares contrários à proposta pressionam para retirar o tema de pauta. A relatora da PEC na comissão, Daniella Ribeiro (PSD-PB), informou ao JOTA, por meio de sua assessoria, que pretende realizar uma audiência pública sobre o assunto e que está ouvindo todas as partes interessadas antes de manifestar sua opinião.

De autoria de 27 parlamentares de diversos partidos, a PEC altera o artigo 199 da Constituição, que dispõe sobre as condições e os requisitos para coleta e processamento de plasma (um dos componentes do sangue), permitindo que isso seja feito pela iniciativa privada. A Carta Magna proíbe expressamente “todo tipo de comercialização” de órgãos, tecidos e substâncias humanas. Atualmente, toda a coleta e processamento fica a cargo da Hemobrás (Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia), estatal criada em 2004, durante o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na prática, a PEC abre uma brecha para a comercialização de sangue, o que compromete a autossuficiência da rede de hemocentros do país e a segurança sanitária, segundo especialistas em Hematologia, demais profissionais da Saúde e parlamentares que se opõem à proposta.

“Essa PEC é um enorme retrocesso em políticas públicas de saúde, abre a possibilidade de volta de compra e venda de sangue e seus derivados [como plasma e plaquetas]. Quando isso acontecia, não havia um controle rígido de segurança. Hoje, o sistema público de saúde garante a qualidade do processo, seguindo as normas da Anvisa”, argumenta o senador Humberto Costa (PT-PE).

Costa, que foi ministro da Saúde de 2003 a 2005 e é presidente da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), é um dos mais ferrenhos críticos à PEC 10/2022 e tem se articulado para tentar suspender a tramitação da proposta. Na semana passada, a reunião da Comissão que discutiria o assunto chegou a ser adiada.

Costa reconhece que o Brasil ainda não tem capacidade de processar todo o plasma que é doado — isso deve mudar em outubro, quando a Hemobrás estará totalmente concluída e ampliará sua capacidade de processamento —, mas diz que “certamente há interesses privados” em jogo na tramitação da PEC.

Até o momento, o plasma que a Hemobrás não é capaz de processar é enviado para o exterior, de onde é mandado de volta em forma de hemoderivados. Esse é um dos argumentos usados pelo senador Nelsinho Trad (PSD/MS), principal autor da proposta, para impulsionar sua tramitação e aprovação. “Milhares de bolsas de plasma são descartadas a cada ano, algo que ficou ainda mais evidente nos anos críticos da pandemia de Covid-19”, diz.

Trad acrescenta que a PEC visa “atualizar uma legislação que já remonta a 30 anos, diante da evolução das redes de diagnóstico e tratamento de doenças hematológicas.” Ele considera que a abertura da coleta e processamento para a iniciativa privada garantiria a autossuficiência do Brasil em plasma.

Em nota, a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) afirmou ao JOTA que, “considerando que existe grande desperdício de plasma, apoia a autorização da participação da iniciativa privada na comercialização e fracionamento industrial do plasma humano excedente do Brasil”. No entanto, a entidade se diz contrária à remuneração de doadores de plasma para fins industriais.

João Paulo Baccara, hematologista há mais de cinco décadas e primeiro presidente da Hemobrás (de 2005 a 2009), discorda dos argumentos de Trad. “A PEC 10/2022 ameaça todos os avanços alcançados desde que se doava sangue em troca de um lanche e coloca em risco toda a reforma sanitária dos últimos 30 anos.”

Além das questões éticas — um dos pilares do sistema nacional de sangue é a garantia de doações voluntárias e não remuneradas  —, Baccara ressalta que a concorrência entre um serviço privado que remunera o doador e o serviço público prejudicaria os estoques dos hemocentros. “Quem doa plasma por dinheiro não vai doar sangue. E os hemocentros já têm grande dificuldade em manter seu abastecimento. É preciso lembrar que cada bolsa de sangue tem cerca de 55% de plasma e 45% de hemácias, e as pessoas não morrem imediatamente por falta de plasma, mas por falta de sangue.”

Tanto Baccara quanto Humberto Costa avaliam que o melhor a ser feito é aumentar os investimentos em ciência e saúde pública, de modo geral, e fortalecer a rede nacional de hemocentros. “É preciso reforçar a Hemobrás para que sejamos autossuficientes no setor e possamos abastecer o SUS, em benefício de todo o povo brasileiro, longe de transformar a hemorrede em um balcão de mercado”, disse o senador Costa na tribuna do Senado na última terça-feira (21/3).

Joana Oliveira – Repórter freelancer. Foi editora da revista Claudia e repórter do El País.

Compartilhe Facebook Twitter Whatsapp

Próxima
disputa câmara senado
Risco político
Na disputa com Lira, base no Senado atira no governo

Tags CCJ Senado doação de sangue JOTA PRO Saude Sangue Saúde Senado

Recomendadas

saneamento
Crédito: Pixabay

saneamento

A inadequação do critério de melhor técnica nas concessões de saneamento

Universalização do serviço está atrelada à capacidade de investimento do concessionário e modicidade das tarifas

Maria Fernanda Veloso Pires, Natalia Torquete Moura | Artigos

redução da jornada de trabalho
Crédito: Pexels

Jornada de Trabalho

Como a redução da jornada pode impactar serviços e comércio

Eventual medida requer cuidadosa gestão dos custos por parte dos empregadores para evitar impactos negativos

Carlos Américo Freitas Pinho | Artigos

bolsonarismo
Crédito: Agência Brasil

legislativo

Projetos de lei buscam anistiar inconstitucionalidades do bolsonarismo

Propostas na Câmara e no Senado são medidas de institucionalização do revisionismo e do negacionismo

Lucas de Souza Prates, Emilio Peluso Neder Meyer | Artigos

ITBI
Crédito: Reprodução/Freepik

tributário

ITBI na integralização de imóvel ao capital social: temas controversos

STF fixa tese sobre ITBI prevista na Constituição

Ana Paula Medeiros Costa Baruel, Pedro Halembeck de Arruda | Artigos

sistema tributário
Real Moeda brasileira / Crédito: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

Reforma Tributária

Sinais de que o novo sistema tributário corre riscos antes mesmo de implementado

Revogação do Convênio ICMS 174/20223 e aumento de alíquotas de ICMS pelos estados

Grupo de Estudos sobre Política Tributária | Artigos

STJ
Fachada do edifício sede do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo

Elas no JOTA

Direito das famílias: a importância da unificação jurisprudencial pelo STJ

Direito das Famílias deve ter preferência sob qualquer outro porque está intimamente ligado à dignidade humana

Gabriela Marcondes Laboissière Camargos, Letícia Gomes Freitas | Elas no JOTA

  • Editorias
    • Poder
    • Tributário
    • Saúde
    • Opinião e Análise
    • Coberturas Especiais
  • Temas
    • Ebooks
    • Congresso
    • LGPD
    • Anvisa
    • Eleições
    • Carf
    • Liberdade de Expressão
    • TCU
    • Covid-19
    • PIS/Cofins
  • Sobre
    • Quem Somos
    • About Us
    • Blog
    • Ética JOTA
    • Política de diversidade
    • Termos de uso
    • Seus dados
    • FAQ
    • Newsletters
  • Atendimento
    • Contato
    • Trabalhe Conosco
    • Política de privacidade

Siga o JOTA

Assine Cadastre-se