
O secretário de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Helvécio Miranda, afirmou que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acerta detalhes para ampliar o número de residências no país. “Além do formato de pagamento e no valor, precisamos de mais especialistas”, disse. Nesse momento, a SAES, ao lado da Secretaria de Gestão de Pessoas e Relação de Trabalho e do Ministério da Educação, buscam ver as possibilidades de residência médica. “A questão é que temos hoje uma obstrução da comissão de residência médica pelas entidades profissionais.”
Miranda avalia haver um comportamento de reserva de mercado das entidades para impedir a ampliação da oferta de vagas. No caso da anestesia, são 600 vagas anuais. “Temos 204 milhões de habitantes. No Reino Unido, forma 2.200.”
A expectativa é de que as mudanças no MEC comecem a partir de setembro, quando há possibilidade de se fazer alterações na comissão de residência. “Nossa proposta é reformatar essa comissão para ampliar o número de vagas em hospitais públicos; usar a estrutura das instituições filantrópicas, além de ampliar as bolsas de residência médicas e multiprofissionais.”
Atualmente, cerca de dois terços dos formandos não têm condições de fazer residência. “Isso é um desastre”, avaliou Miranda. A ideia é ir convergindo o número de formandos com o número de bolsas para especialização.” Proposta semelhante foi feita em 2013, mas sem resultados práticos.
A prioridade, de acordo com o secretário, será a abertura de vagas para anestesistas. Em seguida, viriam especialidades como neurologia, pediatria, cirurgia pediátrica e cirurgiões oncológicos.
“Esse estímulo terá que acontecer. Queremos induzir. Onde tiver propostas de ampliação, vamos equipar serviços. Vamos casar a estruturação tecnológica com a proposta de residência”. O número ainda não está definido, mas a expectativa é de que nos próximos meses seja divulgado.