
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o retorno de 934 pomadas capilares para trançar, modelar ou fixar os cabelos ao mercado. A lista, ressaltada pelo órgão como restrita, foi divulgada nesta segunda-feira (20/3). Os produtos estavam sob interdição cautelar desde fevereiro. (Confira a lista das pomadas liberadas).
A liberação das pomadas capilares ocorre após o avanço da investigação sobre os efeitos adversos provocados pelo uso destes produtos, como cegueira temporária, ardência nos olhos, vermelhidão e coceira, por exemplo. O JOTA PRO Saúde já havia informado a seus assinantes que a agência deveria reduzir este mês a lista de produtos atingidos pela proibição e restringir a medida a produtos que tivessem maior relação com as reações. Antes das proibições, cerca de 2.500 produtos estavam regularizados inicialmente. As investigações continuam, mas um estudo técnico identificou que os produtos causadores destes efeitos são os que possuem altas concentrações da substância Ceteareth-20.
Essa substância é utilizada em produções cosméticas como um agente emulsionante, ou seja, como um aditivo que ajuda a misturar dois líquidos que normalmente não se misturariam. Como medida de precaução, a Anvisa decidiu manter a interdição aos produtos que possuem alta concentração da Ceteareth-20 em sua fórmula e o retorno ao mercado das pomadas que utilizam uma concentração do ingrediente abaixo dos 20%.
Além disso, a Diretoria Colegiada da Anvisa também pediu que as empresas responsáveis por regularizarem as pomadas autorizadas pela agência anexem um Termo de Responsabilidade, em um prazo de 30 dias, com a declaração de que estes produtos não estão envolvidos em ”qualquer evento adverso grave desde sua entrada no mercado, bem como que garantam a sua qualidade e segurança”.
Desde o início do ano, a Anvisa já proibiu cerca de 635 produtos em razão do uso de ingredientes que estavam sem autorização ou fora do seu limite de uso, por ausência de declaração do responsável técnico da empresa e pela não apresentação de estudos e testes solicitados pela Agência.
A Anvisa ainda diz que ”continuará a monitorar todos os casos de efeitos adversos associados às pomadas capilares e atuará sobre aquelas que venham a ocasionar novos eventos”.
*Com informações da Anvisa