Nota de repúdio

Anvisa diz ser foco de ‘ativismo político violento’ após ameaça de Bolsonaro

Agência citou ameaças de mortes feitas a dirigentes e ao corpo funcional da autoridade

Anvisa rechaça Bolsonaro e diz ser foco de 'ativismo político violento'
Crédito: Anvisa/Divulgação

Diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmaram em nota nesta sexta-feira (17/12) ser alvo de “ativismo político violento” e repudiaram ameaças cometidas contra o corpo da autoridade. A declaração é uma resposta às recentes investidas do presidente da República Jair Bolsonaro (PL), que afirmou na última quinta-feira (16/12) pretender expor publicamente nomes de técnicos da autarquia.

A intimidação ocorreu em live do chefe do Executivo horas após a Anvisa dar o sinal verde para a aplicação da vacina da Pfizer contra Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos. As doses do imunizante devem ser administradas com intervalo de 21 dias. A eficácia estimada é de 90%.

“O serviço público aqui realizado, no que se refere à análise vacinal, é pautado na ciência e oferece ao Ministério da Saúde, o gestor do Plano Nacional de Imunizações (PNI), opções seguras, eficazes e de qualidade,” ressaltou a autoridade sanitária, em comunicado.

A Anvisa disse ter recebido ameaças de morte feitas a dirigentes e ao corpo funcional por agentes antivacina, após a decisão relativa à vacinação infantil. Segundo a agência, todas as resoluções estão direta ou indiretamente ligadas ao nome de todos os nossos servidores.

“A Anvisa está sempre pronta a atender demandas por informações, mas repudia e repele com veemência qualquer ameaça, explícita ou velada, que venha constranger, intimidar ou comprometer o livre exercício das atividades regulatórias e o sustento de nossas vidas e famílias: o nosso trabalho, que é proteger a saúde do cidadão.”

A nota é assinada pelos diretores da autarquia: o presidente Antonio Barra Torres; Meiruze Sousa Freitas; Cristiane Rose Jourdan Gomes; Rômison Rodrigues Mota; e Alex Machado Campos.