PANDEMIA

Anvisa realizará inspeção na fábrica da Sputnik na Rússia

Técnicos devem levantar dados faltantes sobre a produção da vacina para avaliação de uso emergencial e importação

Vacina Sputnik V, do Instituto Gamaleya da Rússia (Foto: Divulgação)

A Anvisa inicia na próxima semana uma inspeção para verificar as Boas Práticas de Fabricação da produção da vacina Sputnik V na Rússia. A iniciativa ocorre após pressão por parte do presidente Jair Bolsonaro e governadores estaduais para que a reguladora conceda autorização para uso do imunizante no Brasil.

Os técnicos da agência, uma das primeiras a inspecionar a fabricação da vacina russa, devem levantar dados faltantes sobre a produção do imunizante que são importantes tanto para a avaliação do uso emergencial como para o processo de importação excepcional para o Brasil e que até agora não foram apresentados pelo Instituto Gamaleya ou pelos representantes no Brasil.

Segundo a Anvisa, a inspeção vai acontecer em duas fábricas diferentes. A primeira ocorre dos dias 15 a 21 de abril com três servidores na fábrica responsável pela produção do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) e da vacina finalizada.

A segunda inspeção deve acontecer de 19 a 23 de abril na empresa responsável pelas etapas finais de envase e embalagem. A data ainda será confirmada com o laboratório na Rússia. Esta segunda inspeção será feita por uma outra equipe com dois servidores da Anvisa.

Ainda de acordo com a reguladora, o Fundo Russo solicitou que a inspeção tivesse início no dia 15 de abril para que houvesse tempo de preparar a documentação necessária para a condução da inspeção.

Na última quarta-feira (7/4), em entrevista ao JOTA, o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, afirmou que a realização da votação da diretoria colegiada da agência para decidir sobre a importação excepcional da vacina Sputnik V depende do envio de dados complementares pelos governos estaduais que fizeram as solicitações.

Antes, em reunião entre o presidente Jair Bolsonaro e o russo Vladmir Putin, a agência se comprometeu a buscar proativamente informações sobre a vacina na Organização Mundial da Saúde (OMS) e na Agência Europeia de Medicamentos (EMA).