

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve iniciar nos próximos dias um processo gradual de liberação de pomadas capilares. A tendência é a de que, passado o Carnaval e com o progresso nas investigações sobre as causas das reações adversas relacionadas aos produtos, a restrição do comércio seja aos poucos reduzida.
Espera-se que, na próxima fase, a proibição cautelar seja mantida apenas para produtos que estão diretamente associados às reações. O pedido de limitação das restrições foi feito por representantes do setor, numa reunião realizada com a Anvisa.
O JOTA apurou que técnicos mostraram-se sensíveis ao pedido. Com a mudança, a proibição ficaria restrita a aproximadamente 500 itens. Uma nova reunião com o setor está programada para esta semana.
Recentemente, a Anvisa recebeu um aumento de relatos de eventos graves relacionados às pomadas, como perda temporária de visão, forte ardência nos olhos, inchaço ocular e dor de cabeça. A suspeita maior é de que algum insumo usado por mais de um fabricante possa estar entre as causas do problema.
A proximidade do Carnaval, além da perspectiva de aumento de uso desses produtos durante as festas, fez com que a agência determinasse, de forma cautelar, a proibição de todos os produtos. A medida atingiu cerca de 3 mil produtos. As investigações prosseguem.
Regras para registro
Contudo, o diretor da Anvisa Alex Campos afirmou ao JOTA que o aumento de efeitos graves associados à pomada capilar não deve provocar, pelo menos por ora, uma revisão nas regras para registro de cosméticos no país.
Cosméticos são considerados produtos de baixo risco sanitário. E, por isso, têm tratamento distinto do que é dado para medicamentos, seja no momento do registro, seja no acompanhamento pró-mercado.
Campos avalia que, a princípio, não há elementos suficientes para que a agência reforce as exigências para o setor.