PANDEMIA

Anvisa aprova estudo clínico de vacina chinesa para Covid-19

Governo de São Paulo anunciou que 9 mil voluntários em seis estados do Brasil devem participar da pesquisa coordenada pelo Butantan

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o estudo clínico em fase 3 da vacina testada para Covid-19 chamada de “Coronavac”, anunciada pelo governo de São Paulo. A anuência foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (3/7). 

Essa é a segunda autorização de pesquisa envolvendo imunização para coronavírus concedida pela reguladora. A primeira, antecipada pelo JOTA, foi para a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca, no dia 2 de junho.

O acordo para a produção da vacina chinesa no país, fruto de uma parceria do Instituto Butantan com a empresa Sinovac Biotec, foi divulgado pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), no dia 11 de junho, ainda com a pendência regulatória. Só depois, na semana seguinte, as primeiras discussões chegaram à agência.

A articulação da Anvisa, por meio de um comitê criado na Gerência-Geral de Medicamentos (GGMED), é elogiada por pesquisadores e empresários do setor farmacêutico. O grupo tem conseguido agilizar a anuência de estudos relacionados à Covid-19, com possibilidade de resposta aos interessados em até 72 horas.

Os resultados da pesquisa clínica em fase 3, com o objetivo de comprovar a segurança e eficácia da imunização, devem basear o pedido de registro com a finalidade de comercialização. 

Segundo Doria, a transferência tecnológica pela Sinovac já está acordada e o Butantan terá capacidade de produzir 100 milhões de unidades da vacina.

Testes da vacina

O governo paulista informou, nesta quarta-feira (1/7), que os testes serão aplicados por 12 centros localizados em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. A pesquisa será coordenada pelo Instituto Butantan e tem previsão de recrutamento de nove mil voluntários.

Em São Paulo capital, os testes com voluntários serão conduzidos pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Instituto de Infectologia Emílio Ribas e Hospital Israelita Albert Einstein.

Ainda no estado de São Paulo, estarão envolvidos na pesquisa a Universidade Municipal de São Caetano do Sul, Hospital das Clínicas da Unicamp em Campinas, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto e o Centro de Saúde Escola da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto.

Nos outros cinco estados do Brasil, a aplicação dos testes ficará sob responsabilidade da Universidade de Brasília (UnB), do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos da Universidade Federal de Minas Gerais, do Hospital São Lucas da PUC do Rio Grande do Sul e Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná.

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