André Uzêda

<p>No início de 2024, a prefeitura de Belo Horizonte precisou decretar estado de emergência devido ao aumento substancial dos casos de dengue e outras arboviroses. De janeiro até agosto, 100 pessoas morreram e 165.888 casos da doença foram registrados, além de 8.429 casos de chikungunya. Apesar dos números alarmantes, os <a href="https://www.jota.info/eleicoes/quem-sao-os-candidatos-a-prefeito-de-belo-horizonte-nas-eleicoes-municipais-de-2024">candidatos à prefeitura de BH nas eleições municipais 2024</a> não incluíram em seus programas para a área da saúde propostas efetivas para combater a transmissão do mosquito Aedes aegypti.</p>
<p>Durante o período de emergência, que durou até junho deste ano, os agentes públicos de saúde estavam autorizados a entrar em imóveis públicos ou particulares vagos, abandonados ou desabitados, mesmo sem autorização do proprietário. A prefeitura também ficou liberada de comprar bens e serviços destinados à saúde com dispensa de licitação.</p>
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<p>Ainda assim, as propostas dos candidatos melhor posicionados nas pesquisas — Mauro Tramonte (Republicanos), Fuad Noman (PSD), Bruno Engler (PL), Duda Salabert (PDT) e Rogerio Correia (PT) — são vagas em relação a como combater a dengue, que se tornou um dos principais problemas de saúde pública da cidade. Os postulantes a governar a capital mineira a partir do ano que vem se centram em ampliar o horário de funcionamento dos centros de saúde, fortalecer a saúde básica, melhorar o atendimento para exames e cirurgias, combater o alcoolismo e a dependência química, construir novas unidades, entre outros pontos.</p>
<h3><b>Veja as propostas para saúde dos candidatos a prefeito de Belo Horizonte em 2024</b></h3>
<h3>Líder da pesquisa</h3>
<p>O apresentador de TV e deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos) é quem lidera as pesquisas de intenção de votos na capital mineira, de acordo com a última rodada da pesquisa Quaest, divulgada nesta quarta-feira (18/9).</p>
<p>Tramonte aparece com 28% da preferência do eleitorado e destacou o setor da saúde como tema inicial do seu plano de governo. No entanto, não há nenhuma menção à palavra "dengue" ou outras arboviroses no documento depositado no Tribunal Superior Eleitoral.</p>
<p>O parlamentar destaca ênfase em três vetores para a saúde: "melhoria da estrutura de atendimento; combate às causas das doenças, com atuação preventiva, visando reduzir os principais fatores de risco à saúde e atenção aos mais vulneráveis".</p>
<p>Entre as propostas de saúde, Tramonte destaca aumentar o horário de funcionamento de centros de saúde próximos às UPAs, implementar um sistema de comunicação com o paciente via aplicativo, além de ampliar as parcerias da rede pública com a rede filantrópica, para garantir ampliação dos atendimentos para exames e cirurgias.</p>
<p>"Se eu perguntar para um cidadão hoje: 'Você está há quanto tempo na fila para fazer exame? Se eu te arrumar para você ir às 3h da manhã em algum hospital filantrópico ou particular, você vai?'. Claro que ele vai, ele precisa resolver o problema dele", disse Tramonte, em entrevista ao G1.</p>
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<p>O candidato também propõe ampliar a rede de atendimento em saúde mental e para tratamento de dependência química e alcoolismo.</p>
<h3>Em busca da reeleição</h3>
<p>O segundo colocado nas pesquisas é Fuad Noman (PSD), atual prefeito que busca a reeleição — ele aparece com 20% das intenções de voto, segundo a última Quaest. Embora tenha decretado o estado de emergência em BH sobre a dengue, o prefeito também não faz menção ao combate ao mosquito transmissor em seu plano de governo.</p>
<p>As principais propostas do atual prefeito são abertura de dois centros de saúde, "passando de 150 para 152 unidades básicas de saúde"; criação do serviço de hospitalidade noturna em Saúde Mental Infantojuvenil; e implantação de um centro de referência em saúde mental, com ênfase no tratamento de alcoolismo e dependência química.</p>
<p>Fuad almeja, para além das obras de infraestrutura nos centros de saúde, modernizar o serviço de atendimento por meio de um "sistema integrado que dá ao médico e ao paciente todo seu histórico de saúde por meio de um prontuário eletrônico". De acordo com gestor, a expectativa é que o serviço passe a funcionar a partir de 2025.</p>
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</ul>
<p>"Belo Horizonte será a primeira cidade de seu porte a implementar um programa dessa natureza. Agora, o médico terá mais fácil, à mão, não só histórico do paciente, como todos os seus exames, desde a atenção primária à alta complexidade. E o cidadão terá acesso a todas elas em um aplicativo de celular: consultas agendadas, resultados de exames, vacinas aplicadas, histórico de atendimento e muitas outras informações", promete.</p>
<h3>Correndo por fora</h3>
<p>Apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado estadual Bruno Engler (PL) aparece em terceiro lugar na pesquisa Quaest, com 18% das intenções de voto, tecnicamente empatado com o atual prefeito.</p>
<p>Em seu plano de governo, Engler também não cita ações efetivas para o controle da dengue. Suas principais propostas giram em torno de "integralizar e digitalizar todas as informações do sistema de saúde municipal"; construir novas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs); além de implantar teleatendimento através de um "aplicativo que informe, em tempo real, a situação das filas nas unidades de saúde e de marcação de consultas".</p>
<p>“A gente quer dar um foco maior na prevenção, porque a gente entende que prevenir não só é melhor para o cidadão, como é mais barato para a prefeitura”, destacou o candidato, durante entrevista.</p>
<p>O deputado também cita a proposta de fortalecer e estreitar a parceria com os hospitais filantrópicos, além de foco no tema da saúde mental, combatendo a dependência química.</p>
<p>A candidata Duda Salabert (PDT) aparece em quarto lugar na disputa, com 10% das intenções de voto. Professora de literatura e transexual, ela foi a deputada federal mais votada da história de Minas Gerais.</p>
<p>A parlamentar chega a citar a epidemia de dengue em seu plano de governo, embora não atrele propostas específicas na área da saúde para mitigar a transmissão da doença. No plano de governo da pededista, aparece a necessidade de "fortalecer estratégias de saúde dos agentes comunitários", mas sem especificar mais detalhes.</p>
<p>Suas principais propostas no setor da saúde são: fortalecer a atenção básica, com ampliação da equipe e estruturas das unidades de saúde; incluir psicólogos e terapeutas nas UBS; e promover formação de profissionais para atendimento qualificado da população LGBTQIAPN+.</p>
<p>"BH precisa, urgentemente, reduzir o número da mortalidade infantil, mortalidade materna e o número de cesarianas. Isso comparado a outras capitais e a exigência da OMS", disse, em entrevista.</p>
<p>Entre as candidaturas ainda consideradas competitivas, o deputado federal Rogério Correia (PT) aparece com 5% das intenções de voto, segundo a Quaest. Apoiado pelo presidente Lula, Correia cita em seu plano de governo propostas como ênfase na saúde mental, ampliar os centros de referência das populações de rua e fortalecer o conselho municipal de assistência social.</p>
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Eleições BH saúde dengue

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JOTA

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