Humberto Azevedo

Convocado para explicar à CPI da Pandemia o envolvimento no processo de intermediação da venda de vacinas ao governo federal pela Davati Medical Supply, o coronel da reserva Hélcio Bruno de Almeida afirmou, nesta terça-feira (10/8), que não conhecia os representantes da empresa farmacêutica investigados pela comissão. 
Hélcio Bruno explicou que só conheceu Cristiano Carvalho e Luiz Paulo Dominguetti em encontro com o então secretário-executivo do Ministério da Saúde Élcio Franco  em 12 de março de 2020. Além disso, o reverendo Amilton Gomes de Paula só teria sido apresentado a ele três dias antes do encontro na pasta. 
<a href="https://www.jota.info/produtos/saude?utm_source=Banner%20site&amp;utm_medium=Artigos&amp;utm_campaign=CTA_Saude_materias"><img class="aligncenter wp-image-292716 size-full" src="https://www.jota.info/wp-content/uploads/2021/01/jota-pro-saude.jpg" alt="" width="688" height="688" /></a>
Entretanto, o coronel foi questionado pelos senadores sobre uma fotografia que sinalizava proximidade com Dominguetti. Apontada a contradição pelos parlamentares, o ele se limitou a dizer que a foto era de “um almoço após o encontro no ministério”.
Depois de garantir que não tinha relações com Élcio Franco, número dois da Saúde na gestão de Eduardo Pazuello, o depoente optou por silenciar sobre os questionamentos sobre sua ligação com o ex-ministro. Ele estava munido de um habeas corpus que assegurava o direito a permanecer em silêncio para evitar a produção de provas contra si. No total, Hélcio Bruno ficou em silêncio em 53 oportunidades ao longo do depoimento.
Apesar do silêncio, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) avaliou que a CPI já possui provas contra o coronel, que é também presidente do Instituto Força Brasil (IFB). Segundo o Vieira, a CPI teria cópia do documento que comprova a participação de Hélcio como lobista na intermediação entre a Davati e o Ministério da Saúde para a venda das supostas vacinas. 
O senador ainda avaliou que há indícios de que o dirigente bolsonarista do IFB seria o responsável pela intermediação entre um “grupo de estelionatários” e servidores da pasta ministerial. “O documento que comprova a atuação direta do coronel Hélcio Almeida nessa negociação com a Davati já está em posse da CPI e eu tenho certeza que o indiciamento vai se impor”, comentou o senador.
Amanhã a CPI colhe o depoimento do diretor-executivo da Vitamedic Indústria Farmacêutica, Jaiton Batista, sobre a venda do “kit” de tratamento precoce não comprovado contra a Covid-19.

helcio-bruno

https://images.jota.info/wp-content/uploads/2021/09/copy-of-jota-logo-high-cmyk.jpeg

JOTA

Em depoimento à CPI da Covid-19 marcado por críticas a desfile militar, coronel da reserva entrou em contradições

Coronel Hélcio Bruno nega envolvimento em venda de vacinas e silencia sobre Pazuello

Em depoimento à CPI da Covid-19 marcado por críticas a desfile militar, coronel da reserva entrou em contradições