Pesquisas

Genial/Quaest: aprovação de Lula chega a 60% e maioria está otimista com economia

Entre os eleitores que se declaram evangélicos, a aprovação superou a desaprovação pela primeira vez na série, por 50% a 46%

Lula aprovação
Presidente Lula / Crédito: Ricardo Stuckert/PR

A última pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (16/8), mostra que o trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é aprovado por 60% dos eleitores, seu índice mais alto na série do terceiro mandato, com um aumento de nove pontos percentuais desde abril. A desaprovação ao seu trabalho também caiu, passando de 42% para 35% no mesmo período.

A melhora dos indicadores do presidente está relacionada à percepção sobre a economia. Para 34% dos entrevistados, a economia melhorou nos últimos 12 meses. Além disso, mais importante ainda é que para a maioria da população (59%) ela vai continuar melhorando nos próximos 12 meses. Entre os que votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), 35% são otimistas.

A pesquisa destaca que a aprovação do presidente está crescendo até em subgrupos associados ao antipetismo. No Sul do país, onde Lula e o PT tradicionalmente enfrentam resistências, a aprovação subiu 11 pontos percentuais em relação ao levantamento realizado em junho: saiu de 48% para 59%. A avaliação negativa recuou na mesma proporção, de 49% para 38%. No Sudeste, passou de 51% para 55%.

Pesquisa Genial/Quaest

No eleitorado evangélico, que majoritariamente votou em Jair Bolsonaro em 2022, pela primeira vez na série a aprovação de Lula superou a desaprovação, por 50% a 46%. Entre aqueles com ensino superior incompleto ou superior completo, a aprovação retornou ao nível de fevereiro, atingindo 53% e superando a desaprovação. No grupo de eleitores que votaram em Bolsonaro no segundo turno, e que representa o núcleo da oposição a Lula, 25% dizem aprovar o trabalho de Lula.

A melhora da percepção sobre o desempenho do governo também é sentida na clássica versão da pergunta de avaliação do governo: 42% dos entrevistados classificam como positivo o governo do presidente Lula, enquanto 24% o consideram como negativo. Outros 29% dão nota regular ao governo. Em comparação com o levantamento realizado dois meses atrás pela mesma consultoria, os números apontam um aumento de 5 pontos percentuais no índice de avaliação positiva, e uma queda de 3 pontos nos índices de avaliação negativa e regular. Mesmo no grupo de eleitores que votaram em Bolsonaro, a pesquisa aponta uma melhora numérica: 51% têm uma visão desfavorável do governo, em comparação aos 55% registrados em junho.

Programas mais bem avaliados

A pesquisa também perguntou aos brasileiros a avaliação que faziam sobre os principais programas do governo. Dois destacam-se como positivos para a maioria dos entrevistados: o Plano Safra, de financiamento à agricultura, aprovado por 79%; e o Desenrola, de renegociação de dívidas, com 70% de aprovação.

Pesquisa Genial/Quaest

Relacionamento com o Congresso

Longe dos bastidores e da guerra fria de Brasília, a opinião pública considera que o relacionamento de Lula com o Congresso é majoritariamente positivo. Para 43%, Lula tem tido mais facilidade para conseguir apoio no Congresso (ante 31% em junho), e para 38% a dificuldade é maior (51% em junho).

A percepção de que a relação do chefe do Executivo com o Congresso é mais favorável agora, do que era com o ex-presidente Jair Bolsonaro, é partilhada tanto por eleitores de Lula quanto por aqueles que votaram no ex-presidente em 2022. No entanto, entre os eleitores de Bolsonaro, Lula tem tido mais facilidade para conseguir apoio no Congresso do que tinha Bolsonaro: 46% (eram 31% em junho). Em comparação, entre os eleitores de Lula, 42% avaliam que o petista tem tido mais facilidade do que Bolsonaro (eram  32% em junho).

A consultoria Quaest foi à campo entre 10 e 14 deste mês para realizar a quarta rodada da pesquisa nacional com a população desde que o presidente Lula tomou posse. A pesquisa foi encomendada pela plataforma de investimentos Genial e realizada entre os dias 10 e 14 de agosto, com 2.029 entrevistas presenciais com brasileiros de 16 anos ou mais em todos os Estados. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.