
Uma semana cheia de notícias negativas para a economia brasileira: o país entrou oficialmente em recessão técnica, a inflação persiste e casos de uma nova supervariante da Covid-19 trouxeram incertezas sobre os rumos da pandemia.
No campo político, Jair Bolsonaro entrou oficialmente para o Centrão, ao se filiar ao Partido Liberal (PL), e obteve algumas vitórias. Entre elas, está a aprovação do ‘”terrivelmente evangélico” André Mendonça para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), rompendo boicote de quatro meses do Senado para analisar a indicação feita pelo presidente. Assim, cumpre promessa com rebanho que pode somar 30% do eleitorado brasileiro.
Bolsonaro também conquistou sinal verde do Congresso para o Auxílio Brasil, que deve ser a vitrina da sua campanha para a eleição e já intitulado pelo PL como maior programa social do mundo. O Congresso, com muita dificuldade, e uma articulação capenga do governo avalizou o principal item para garantir o pagamento desse benefício: a revisão do indexador do teto de gastos.
Para muitos, representou o fim do teto de gastos, importante âncora fiscal que vem ruindo para atender as demandas eleitorais de Jair Bolsonaro e de sua base. Assim, o presidente poderá pagar os prometidos R$ 400 a 17 milhões de famílias antes do Natal.
É um pacote de final de ano politicamente auspicioso para Bolsonaro, que só está sendo possível porque o presidente cedeu o comando de sua agenda aos operadores do Centrão, jogando para escanteio sua equipe econômica. E o presidente, com aprovação em baixa (assinantes JOTA PRO Poder têm acesso ao agregador eleitoral e ao agregador de popularidade presidencial) e muitos problemas econômicos, vai precisar desse grupo se quiser ser competitivo nas eleições de 2022, sobretudo com Sergio Moro mirando seu eleitorado.