Daniel Marcelino

A primeira pesquisa divulgada após o <a href="https://www.jota.info/opiniao-e-analise/colunas/democracia-em-transe/na-argentina-peronismo-surpreende-e-leva-eleicoes-presidenciais-para-o-2o-turno-23102023">primeiro turno</a> das eleições presidenciais na <a href="https://www.jota.info/tudo-sobre/argentina">Argentina</a> indica um cenário bastante equilibrado entre os candidatos que foram ao segundo turno - o governista Sergio Massa, da coalizão Unión por la Patria, e Javier Milei, da coalizão La Libertad Avanza.
Na votação do último domingo (22/10), Massa surpreendeu ao ficar em primeiro lugar, com uma diferença de sete pontos em relação a Milei. No entanto, agora eles travarão um confronto direto até o dia 19 de novembro, data em que ocorrerá o segundo turno, que definirá quem governará o país a partir de 10 de dezembro.
Com base nos resultados da primeira fase da corrida presidencial no país vizinho e nas declarações de apoio já recebidas dos candidatos derrotados, a questão que se coloca agora é: quem está à frente neste momento? Quem herdará os votos dos candidatos derrotados no domingo?
<h3>Duelo de imagens </h3>
O primeiro dado que chama a atenção na pesquisa é a imagem política dos dois candidatos. Essa informação é importante, porque pode determinar o patamar mínimo e máximo de votos necessários para ultrapassar a marca dos 50% para vencer o pleito. Frequentemente, em disputas de segundo turno muito acirradas, vence quem tem a melhor imagem, ou seja, a menor rejeição entre os eleitores. Algo parecido do que aconteceu nas eleições brasileiras um ano atrás.
Nesse tópico, o candidato de La Libertad Avanza aparece com imagem positiva de 1,4 ponto percentual acima do candidato da Unión por la Patria: 38,5% a 37,1%.  Além disso, na perspectiva negativa, Milei também aparece com uma vantagem de 3,3 pontos em relação a Massa: 51,8% a 55,1%.
No entanto, ambos possuem uma taxa de imagem negativa superior à imagem positiva que os eleitores têm. Além disso, as diferenças observadas estão dentro da margem de erro da pesquisa, que é de +/- 2,4 pontos percentuais.
Considerando que a margem de erro para as diferenças é de pelo menos o dobro da margem amostral, essas diferenças não fornecem informações estatisticamente significativas para concluir que existe de fato uma diferença de avaliação da imagem dos dois candidatos.
<h3>Intenção de voto no segundo turno</h3>
A consultoria apresenta dois estudos em seu relatório sobre quem venceria a disputa na Argentina para governar o país a partir de 10 de dezembro. Um cenário traz os resultados aferidos em termos de votos totais, enquanto outro cenário apresenta o resultado em votos válidos, excluindo votos em branco e indecisos.
No cenário com votos totais, Milei obtém uma vantagem de pouco mais de um ponto (1,2) sobre o ministro da Economia, enquanto 10% votariam em branco e 7,5% ainda não decidiram seu voto. A soma desses números não deixa dúvida que serão cruciais para determinar o resultado das eleições.
No cenário com votos válidos, que desconsidera neste momento as declarações de votos em branco e indecisos do cálculo, Javier Milei se mantém à frente, mas agora com uma vantagem de cerca de um ponto e meio (1,4) a mais que Sergio Massa, candidato governista que liderou no último domingo.
O que os cenários indicam? Neste momento, Milei tem uma pequena vantagem numérica, mas a diferença entre os dois candidatos é tão pequena que se situa dentro da margem de erro da amostra. Portanto, o levantamento realizado pela CB sinaliza um segundo turno muito equilibrado, que pode ser definido por detalhes na campanha ao longo das próximas semanas que os candidatos enfrentarão até o dia 19 de novembro.
<h3>A pesquisa na Argentina</h3>
A pesquisa divulgada pela CB Consultora nesta quarta-feira 25 ouviu 1.715 respondentes na Argentina, com 16 anos ou mais, entre os dias 23 e 24 de outubro, por meio da internet. A margem de erro é de 2,4 pontos percentuais e o índice de confiança é de 95,5%.

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JOTA

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