Luiz Orlando Carneiro
Foi repórter e colunista do JOTA
Dos 12 senadores que serão investigados no Supremo Tribunal Federal, a pedido do procurador-geral da República, por envolvimento no esquema de corrupção desmontado pela Operação Lava Jato, sete são titulares da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara Alta do Congresso.
São eles: Humberto Costa (PE) e Gleisi Hoffman (PR), do PT; Bendito de Lira (AL) e Ciro Nogueira (PI), do PP; Edison Lobão (MA) e Romero Jucá (RR), do PMDB; Antonio Anastasia (MG), do PSDB.
A CCJ do Senado tem 27 titulares e 27 suplentes, e é a comissão encarregada de sabatinar os indicados pelo presidente da República aos cargos de ministro do Supremo Tribunal Federal e de procurador-geral da República, antes de serem eles submetidos à aprovação pelo plenário.
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Assim, sete investigados nos inquéritos decorrentes da Operação Lava Jato deverão aprovar ou não, no nível de comissão técnica do Senado, aquele que for indicado pela presidente Dilma Rousseff para ocupar a vaga aberta no STF, há sete meses, com a aposentadoria precoce de Joaquim Barbosa. E também, provavelmente, o sucessor do atual chefe do Ministério Público, Rodrigo Janot, cujo primeiro mandato (de dois anos), se encerra em setembro deste ano. Ou a indicação de Janot para um segundo mandato.
Ultimamente, os presidentes da República vinham escolhendo para o cargo de procurador-geral da República os indicados pelos próprios membros do Ministério Público em eleições diretas promovidas por suas entidades de classe.