Romoaldo de Souza

Outro dia, participando de um debate sobre empreendedorismo, redes sociais e produtos gastronômicos, um internauta sapecou uma pergunta que deu o que falar.
- Vocês ficam falando de café de qualidade, café gourmet, café isso, café aquilo, mas na prática, quanto custa esse café bom que vocês tanto comentam? - quis saber.
Fazendo uma comparação com os cafés expostos nas prateleiras dos supermercados, respondi que não é barato não. Não é barato porque café de qualidade é café selecionado, é café (es)colhido literalmente a dedo.
O plantador leva anos (e põe anos, nisso), selecionando o grão, escolhendo o terreno. Em resumo, um pé de café só começa a produzir, plenamente, depois de cinco anos de plantado. Estudos da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) indicam que, quando começa a produzir, um pé de café rende, em média, 2,5kg, por ano. E somente meio quilo vai ser torrado.
Por isso, um café de qualidade não sai barato, não. Sem contar que, mesmo com toda seleção, nem todo grão passa pelo rigoroso processo para receber o rótulo de gourmet.
Os grãos refugados nessa seleção, e o café que é plantado sem qualquer rigor, estão entornando na maioria das xícaras pelo país afora.
Nunca é demais lembrar, que tirando por esses dados, o café que o brasileiro toma, em boa parte, não tem qualidade. É reprovado em qualquer teste.
Mas voltando à pergunta do início: a partir de R$ 60,00 o quilo, você pode consumir um café que tem aroma, sabor, equilíbrio na acidez.
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JOTA

A bebida que o brasileiro toma, em boa parte, não tem qualidade.

Quem compra café pelo preço pode levar gato por lebre

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