Etienne Jacintho

No mundo das séries jurídicas, quase todas as advogadas são chiquérrimas. Desfilam tailleurs de grife, sapatos com sola vermelha, bolsas que custam dez salários mínimos. Sim, elas são poderosas não só na profissão, mas também no figurino.
Alicia Florrick (Julianna Margulies) é um bom exemplo. A protagonista de “The Good Wife” já tinha de caprichar na roupa quando era mulher de do manda-chuva da Promotoria de Cook County. Quando o marido foi pego num escândalo de corrupção e sexo, a “boa esposa” tornou‐se alvo da mídia e o figurino teve de ser ainda mais sóbrio e elegante. Ainda bem que ela tinha dinheiro para bancar o guarda‐roupa. Alicia é fina com seus modelitos monocromáticos. Além disso, ela usa pouquíssimas joias. É um estilo nada perua, nada afetada, mas também nada ousada.
Em um episódio, um juiz pergunta a ela: “Que tipo de roupa é essa?”, referindo‐se ao fato dela estar de calças compridas no tribunal. E ela responde, relutante: “Acho que é Ralph Lauren.” Menos, Alicia, por favor! Nós, pobres mortais, não ficaríamos na dúvida. Afinal, quem tem um monte de terninhos de grife no armário? No closet da advogada estão modelitos assinados por Armani, Hugo Boss, Valentino, Michael Kors... A lista é grande e chique!
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E o que dizer de Olivia Pope (Kerry Washington)? Com cata branca para circular pela Casa Branca, a advogada de “Scandal” não pode descuidar um só segundo da aparência. Até quando faz natação e corrida, a morena tem de estar impecável. Aliás, foi em um uniforme de corrida chiquérrimo que Liv foi fotografada à exaustão quando estourou o escândalo de seu romance com o presidente dos Estados Unidos. Imagine se ela estivesse com um moletom surrado e uma camiseta promocional dois números acima de seu manequim?
O closet de Olivia (sim, é preciso ter um closet para guardar tantos vestidos de gala, luvas, casacos...) não poderia ser simplório. Ela tem de usar os vestidos dos sonhos de dez entre dez americanas para a série manter a popularidade. Afinal, Liv vive um conto de fadas, apesar de todas as conspirações políticas que a impedem de viver feliz para sempre com seu príncipe encantado em seu castelo (leia‐se Casa Branca).
<a href="https://www.jota.info/wp-content/uploads/2015/05/SCANDAL_Y4_GAL_1117-1.jpg"><img class="aligncenter wp-image-8529 size-medium" src="https://www.jota.info/wp-content/uploads/2015/05/SCANDAL_Y4_GAL_1117-1-225x300.jpg" alt="SCANDAL_Y4_GAL_1117 (1)" width="225" height="300" /></a>
Os vestidos que ela usa em noites de festa podem ser um pouco exagerados, mas os casacos são incríveis, com cortes modernos, cores suaves e adoráveis. São modelos de grifes como Gucci, Prada, Chloé, Alexander McQueen e Miu Miu. O vestido que ela usou no dia do atentado do presidente Fitz, por exemplo, é de Jean Fares.
A minha advogada preferida, no entanto, não é tão poderosa assim. Não é mulher de governador; não tem caso com presidente. Ela trabalha para ganhar dinheiro, tem um filho que criou sozinha por um tempo e, pior, tem de estar à altura do estilo de suas melhores amigas, entre elas, o ícone fashion Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker).
Em “Sex and the City”, Miranda Hobbes (Cynthia Nixon) começou a série com um guarda‐ roupa sem muita graça, com roupas meio masculinizadas. Claro que perto da fashionista Carrie Bradshaw e da extravagante Samantha Jones (Kim Cattrall) qualquer guarda‐roupa perde a graça! Mas, com o passar do tempo e, principalmente, após a maternidade, a ruiva ganhou um armário cheio de cores e estampas.
[caption id="attachment_8528" align="aligncenter" width="186"]<a href="https://www.jota.info/wp-content/uploads/2015/05/miranda-hobbes-white-black-dress.jpg"><img class="wp-image-8528 size-medium" src="https://www.jota.info/wp-content/uploads/2015/05/miranda-hobbes-white-black-dress-186x300.jpg" alt="miranda-hobbes-white-black-dress" width="186" height="300" /></a> Crédito Divulgação[/caption]
Ela não abandonou o tailleur, mas também ousava no trabalho com vestidos drapeados, estampas mais alegres e longos discretos. E assim, a menos abastada das amigas da série da HBO se transformou numa mulher elegante e afinada com sua condição de mãe que cuida da cria, trabalha fora e ainda tem tempo para cuidar da aparência e beber um cosmopolitan num happy hour com as amigas. Ufa! Claro que para ser possível uma mãe com filho pequeno fazer tudo isso em uma cidade grande, só na ficção, mesmo!

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JOTA

Poder vai além da profissão e está no figurino

Justiça em série: advogadas estilosas e suas grifes maravilhosas

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