Marden Machado

Questões trabalhistas costumam render bons filmes. Há muitos exemplos ao longo da história do cinema. O apelo junto ao público é sempre eficaz. Afinal, os roteiros lidam com algo muito próximo ao cotidiano das pessoas e isso cria uma empatia instantânea. Filadélfia, dirigido em 1993 por Jonathan Demme, foi o primeiro filme de um grande estúdio a abordar um tema até aquele momento considerado proibido, a AIDS.
O projeto já estava na cabeça do diretor há algum tempo. A recepção negativa da comunidade gay ao seu filme anterior, O Silêncio dos Inocentes, aliado à morte do melhor amigo de sua mulher, vítima da AIDS, fez com que Demme decidisse que era hora de fazer o filme. O roteiro, escrito por Ron Nyswaner, trata de uma ação trabalhista. Como pano de fundo, traz à tona uma questão mais séria que envolve tolerância.
A cidade da Filadélfia, nos Estados Unidos, é conhecida como a cidade do amor fraterno. Ironicamente, é lá que se desenrola a trama de preconceitos e de falta de solidariedade que cerca a vida de Andrew Beckett (Tom Hanks). Beckett é um advogado brilhante, homossexual, que, após manifestar os sinais de portador do vírus HIV, é demitido da firma onde trabalha, sem justa causa. Ele contrata então um advogado, Joe Miller (Denzel Washington), para defendê-lo.
Filadélfia é mais um filme de tribunal que um drama intimista. Demme só conseguiu produzi-lo graças ao sucesso de O Silêncio dos Inocentes. Além do Oscar de melhor ator para Tom Hanks, que emagreceu quase 15 quilos para interpretar a personagem,  filme também ganhou o de melhor canção original para Streets of Philadelphia, de Bruce Springsteen.
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Preste atenção na seqüência em que Beckett ouve e traduz para Miller uma ária de uma ópera, La Mamma Morta, cantada por Maria Calas. Com sensibilidade e intensidade dramática, Demme mostra a “morte”, ou melhor, a certeza de sua inevitável chegada.
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Filadélfia foi importantíssimo para a diminuição do estigma existente na época contra pessoas portadoras do vírus da AIDS. Em tempo: o vídeo caseiro exibido nos créditos finais mostrando Andrew criança é real e pertence ao acervo pessoal de Tom Hanks, que o cedeu para o filme.
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FILADÉLFIA (Philadelphia – EUA 1993). Direção: Jonathan Demme. Elenco: Tom Hanks, Denzel Washington, Jason Robards, Mary Steenburgen, Antonio Banderas e Joanne Woodward. Duração: 125 minutos. Distribuição: Sony.
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*Marden Machado é jornalista desde 1983. Comentarista de cinema do programa Light News, da Transamérica Light FM, e da Rádio CBN Curitiba, bem como dos programas Caldo de Cultura, da UFPR TV e Fale Com Maria, de TV Evangelizar. Além disso, é autor do livro Cinemarden: Um Guia (possível) de Filmes, lançado pela Editora Arte e Letra; tem um <a href="https://www.youtube.com/user/cinemarden">canal no You Tube</a> e comenta um filme por dia em seu <a href="http://www.cinemarden.com.br/">blog</a>.

Filadélfia

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JOTA

Filmado em 1993, Filadélfia foi importantíssimo para a diminuição do estigma existente contra portadores do vírus da AIDS

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