Humberto Azevedo

A CPI da Pandemia incluiu nesta quarta-feira (18) o deputado Ricardo Barros (PP-PR) no rol de investigados da comissão. A decisão foi aprovada de converter a condição do líder do governo de testemunha para investigado foi aprovada pelo colegiado junto com o pedido do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), para que o advogado da Precisa Medicamentos, Túlio Silveira, também seja um dos nomes investigados pela comissão. 
Renan informou que a decisão de colocar o parlamentar paranaense entre os investigados decorreu “pelo conjunto da obra, pelos indícios, pelo envolvimento e participação dele em muitos momentos” que foram identificados pela CPI. O relator da comissão apontou que serão aprofundados todos os atos e ações do líder governista praticados na adoção de medidas para o “enfrentamento da pandemia”. Segundo o relator, Barros não será investigado apenas no caso da Covaxin, mas “em outros casos” que envolvem como, por exemplo, o ex-diretor de Departamento de Logística (Delog) do Ministério da Saúde (MS), Roberto Dias.
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Comunicado da decisão do relator, Barros reagiu com ataques à CPI. Em post no Twitter, o deputado argumentou que a CPI “não suporta a verdade” e que as investigações não encontrarão nada ao seu respeito. “[A] CPI [interrompeu] o meu depoimento, anuncia [agora] que sou investigado e que não pretende mais me ouvir. Não suportam a verdade e usam táticas covardes de vazamento. Minha conduta parlamentar é exemplar. Nada encontrarão. Agora, meus advogados conduzirão o relacionamento com a CPI”.
Túlio Silveira teve sua condição convertida para investigado por reação da CPI ao silêncio adotado durante o depoimento desta quarta-feira (18). Silveira tentou impedir a realização da oitiva sob o argumento de que seu depoimento seria um desrespeito ao Estatuto da Ordem dos Advogados (OAB), mas diante da negativa do comando da CPI, optou opor ficar em silêncio diante de praticamente todas as perguntas dos senadores. 
Dentre as poucas respostas apresentadas, Silveira apenas afirmou que apenas prestava serviços de defesa jurídica da empresa, sem no entanto, ser funcioário da Precisa. "Não sou funcionário da Precisa Medicamentos, sou advogado contratado. Eu não participo de negociações, eu sou advogado e assisto a companhia, tá [sic] bom?”, disse. 
<h3>Reconvocação de Queiroga</h3>
O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (REDE-AP), afirmou ao fim dos trabalhos desta quarta-feira que estuda pedir nova convocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para explicar a declaração de que o uso das máscaras de proteção facial não é uma necessidade efetiva para o combate ao covid-19. “Eu não queria insistir, mas parece que o ministro está fazendo questão de retornar à CPI”, disse.
Nesta quinta-feira (19), a CPI pode analisar a convocação dos empresários Geraldo Rodrigues Machado e Marcos Tolentino. Machado, do “FIB Bank Garantias”, seria o avalista para a Precisa Medicamentos promover negócios junto ao Ministério da Saúde, e Tolentino, acusado de fazer lobby em favor da Precisa, esteve presente no depoimento que Ricardo Barros concedeu à CPI na semana passada e que terminou em tumulto. Na ocasião, Barros afirmou aos senadores que Tolentino era seu “amigo do peito”.
Além da análise de requerimentos, a CPI ouvirá, nesta quinta-feira, o empresário Francisco Maximiano, proprietário da Precisa Medicamentos e da Global Medicamentos, que em 2017 – na gestão de Ricardo Barros como ministro da Saúde – negociou remédios com o Ministério da Saúde para o tratamento de doenças raras.

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JOTA

Além do líder do governista, senadores incluíram advogado da Precisa, Túlio Silveira, no rol de investigados


Ricardo Barros vira investigado da CPI da Pandemia

Decisão de tornar líder investigado foi “pelo conjunto da obra", justificou relator Renan Calheiros (MDB-AL).