Acabou?

Arthur Lira defende alternativas para financiar Renda Brasil

Ao JOTA, líder do PP na Câmara repercutiu vídeo divulgado por Bolsonaro nesta terça-feira sobre o Renda Brasil

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Deputado Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados / Crédito: Luis Macedo/Câmara dos Deputados
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O líder do PP, deputado Arthur Lira, afirmou ao JOTA que “precisam ser encontradas alternativas de financiamento para o Renda Brasil. O programa ainda não está descartado. Só não podemos congelar salários nem aposentadorias e muito menos tirar de quem mais precisa”.

Mais cedo nesta terça-feira (15/9), o presidente Jair Bolsonaro disse que até 2022 “não queria mais ouvir falar em Renda Brasil”.

A fala do presidente foi em reação a notícias de que a equipe econômica estudava alternativas, como congelamento de aposentadorias ou redução no BPC, para ter receita para as novas despesas.

“Fui surpreendido por manchetes em todos os jornais (…) Eu já disse há poucas semanas que jamais vou tirar dinheiro dos pobres para dar aos paupérrimos. Quem por ventura vier propor para mim uma medida como essa eu só posso dar um cartão vermelho para esta pessoa”, disse Bolsonaro. “Por parte do governo, jamais vamos congelar salário de aposentados e que o auxílio para idosos e pobres com deficiência seja reduzido. Até 2022 em meu governo está proibida a palavra ‘Renda Brasil’. Vamos continuar com o Bolsa Família e ponto final.”

O assunto naturalmente fez disparar as especulações a respeito de uma saída de Paulo Guedes e sobre a continuidade da implementação do Renda Brasil. Parlamentares de diversos partidos se pronunciaram.

“Bolsonaro quer ações populistas, e o ministro Paulo Guedes tentando dizer que o caminho não é por aí. Os dias do Guedes estão contados mesmo”, disse o líder do PSL no Senado, Major Olimpio.

O líder do Cidadania na Câmara dos Deputados, Arnaldo Jardim (SP), afirmou nesta terça-feira (15), que a equipe econômica do governo de Jair Bolsonaro está se especializando em criar cenários de instabilidade no país.

Segundo Jardim, ao soltar “balões de ensaio”, a equipe de Guedes gera muita confusão na economia e na vida das pessoas. “Uma equipe que deveria ter estabilidade e equilíbrio, produz o contrário. Antes, o ministro dizia que o Renda Brasil precisava da CPMF. Depois, afirmou que o programa seria irrealizável. E agora falar em sacar das aposentadorias o recurso para este fim. Soltar balaios de ensaios cria instabilidade. É uma equipe que não entrega resultados. O ministério da Economia alega que está cuidando de tudo, mas não entrega nada”, criticou Jardim.

O líder do PT na Câmara, Enio Verri, apontou que a desistência de Bolsonaro mostra que o Bolsa Família é um projeto com “fundamento cientifico, com dados estatísticos”, e não “algo eleitoral”. “É mais uma contradição de Bolsonaro. Ao contrário do que ele diz, ele não está preocupado com o equilíbrio fiscal, e sim com sua reeleição”, afirmou.

Segundo o deputado petista, isso cria uma crise interna do grupo ligado ao Paulo Guedes. “Mas ele (Bolsonaro) fica feliz porque mantém alta sua aprovação (na visão do Bolsonaro). Isso leva uma crise interna entre os grupos que disputam o conceito de economia no governo e enfraquece ainda mais o seu governo, ao mesmo tempo que fortalece o governo do PT provando que o Bolsa Família de fato é um projeto bem sucedido e muito bem elaborado, disse.


Paulo Guedes diz que o imposto digital não pode ser considerado uma nova CPMF. Mas o que está por trás da ideia do ministro? Assista à análise no Big Data Venia: