Bernardo Gonzaga

Os senadores <a href="https://www25.senado.leg.br/web/senadores/senador/-/perfil/5012">Randolfe Rodrigues (REDE-AP</a>) e Renan Calheiros (MDB-AL),  - vice-presidente e relator da CPI da pandemia - apresentaram no início da noite de quinta-feira (29/04) o <a href="https://www.jota.info/legislativo/cpi-da-pandemia-convoca-ex-ministros-da-saude-para-falar-de-enfrentamento-da-covid-29042021">Plano de Trabalho do colegiado</a>. Organizado em 12 páginas, o documento não será, segundo o relator, submetido à votação dos membros da CPI por se tratar apenas de uma apresentação em linhas gerais. "É um roteiro para que nós possamos proceder toda essa apuração", afirmou Calheiros.
Pelo plano de trabalho, a CPI deverá realizar sessões terças, quartas e quintas. Na primeira fase da investigação, já aprovada, serão ouvidos os ex-ministros da Saúde e o Diretor-Presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A segunda etapa será dedicada à busca de informações prestadas e documentos encaminhados de autoridades e testemunhas complementares, sobretudo no caso do estado do Amazonas. 
No início do dia, a expectativa era de aprovação do roteiro, como forma de produzir um plano de trabalho consensuado por todos os integrantes da CPI, mas a cúpula da comissão decidiu que era desnecessária a articulação para “aprovar” o documento. Cabe ao relator - e apenas ao relator - definir o caminho da investigação. 
Renan mantém o discurso diplomático de que os rumos da investigação podem ser alterados de acordo com as descobertas do colegiado e que, se for necessário, não se opõe a mudanças de rumo no seu roteiro. Da mesma forma, o emedebista diz não se opor à criação das sub relatorias se forem necessárias - mas alfinetou os adversários ao avaliar que a sugestão prévia de divisão dos trabalhos teve objetivo apenas de tirar o foco das investigações.
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Intervenção do Planalto<a href="https://www.jota.info/produtos/poder?utm_source=Banner%20site&amp;utm_medium=Artigos&amp;utm_campaign=CTA_Poder_materias"> 
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Durante a apresentação do documento, Randolfe classificou como uma “intervenção indevida” a elaboração de requerimentos para a CPI pelo Palácio do Planalto. "Não há precedente de requerimento ser preparado no Palácio do Planalto para ser apreciado em CPI, espero que isso encerre esse tipo de episódio pois seria razão suficiente de pedir a suspeição de membros da minoria dessa CPI, o que, evidentemente, nós não queremos fazer", disse.
Informações presentes nos arquivos eletrônicos enviados à CPI da Pandemia na quarta-feira (28) indicavam que pelo menos 11 requerimentos protocolados por senadores aliados do governo foram, na realidade, produzidos por funcionários da Secretaria de Governo, órgão que funciona dentro do Palácio do Planalto.
Os requerimentos não foram apreciados pela CPI. Rodrigues enfatizou que a comissão é um órgão do legislativo e não cederá a pressões. "Nós não admitiremos que essa CPI sofra intervenções externas", declarou.  Calheiros, por sua vez, ironizou a preocupação excessiva do governo com a CPI: “só deve ter preocupação quem foi aliado do vírus. Quem não foi aliado do vírus não tem que ter preocupação”.
A CPI retoma as atividades públicas na próxima semana, com a oitiva dos ex-ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich na terça-feira (04/05).

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JOTA

Com roteiro fechado, emedebista adverte: "só deve ter preocupação quem foi aliado do vírus"

Renan Calheiros apresenta plano de trabalho da CPI

Renan afirma "só deve ter preocupação quem foi aliado do vírus. Quem não foi aliado do vírus, não tem que ter preocupação”