PL das Fake News

Relator rebate ataque do Telegram ao PL das Fake News: ‘Abuso de poder econômico’

Aplicativo enviou mensagem aos usuários questionando o projeto; Orlando Silva condenou a ofensiva e disse que acionará a Justiça

pl das fake news
Relator do PL das Fake News, deputado Orlando Silva | Crédito: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) condenou nesta terça-feira (9/5) uma mensagem veiculada pelo Telegram em seu canal oficial que critica o Projeto de Lei 2630/2020, o PL das Fake News. O relator da proposta disse que a empresa “abusa de sua estrutura de serviço” e que vai acionar a Justiça.

A comunicação foi repassada a milhares de usuários na tarde de hoje, na esteira do que fez o Google na semana passada. No texto, o Telegram sustentou que “a democracia está sob ataque no Brasil” e que o “projeto de lei matará a internet moderna se for aprovado com a redação atual”.

A plataforma continua, dizendo que o PL “concede poderes de censura ao governo” e incentiva os usuários a pressionarem deputados nas redes sociais. “Os brasileiros merecem uma internet livre e um futuro livre”. Segundo a empresa, se o projeto for aprovado, ela pode deixar de operar no país.

“O Telegram espalha mentiras no Brasil afirmando que o Parlamento brasileiro quer aprovar a censura, quer acabar com a democracia. Isso é escandaloso. É um escândalo que uma multinacional tente colocar o Congresso Nacional brasileiro de joelhos,” afirmou Orlando Silva durante sessão extraordinária no plenário da Câmara na tarde desta terça-feira (9/5).

O deputado afirmou que, embora a empresa tenha sido chamada a se manifestar sobre o projeto, não participou de nenhum debate na Casa, porque “não se interessou em contribuir com as discussões”. “Agora, imagine, distribui para todos os brasileiros abusando do poder econômico, utilizando a sua estrutura para mentir, para atacar a democracia brasileira.”

O parlamentou reforçou que o Congresso tem autonomia e legitimidade popular para decidir “o que quiser acerca de temas que fortaleçam a democracia, que acabem com fake news, que acabem com a desinformação, que impeçam que a internet continue sendo lugar para perpetrar crimes contra a criança, crimes contra a democracia”.