Mário Coelho

Duas das maiores bancadas da Câmara, PT e PMDB, estão segurando suas indicações de deputados para compor a comissão especial responsável por discutir o Projeto de Lei 4850/2916, das dez medidas de combate à corrupção. Até agora, dos 30 membros titulares, apenas 14 foram indicados pelos líderes partidários.
A criação da comissão foi autorizada há uma semana pelo presidente em exercício da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA). Pelo regimento interno, os líderes teriam 48 para indicar os membros. Passado esse período, cabe ao presidente escolher os integrantes. Porém, a prática é diferente. Algumas comissões esperam desde o início da legislatura pela sua composição.
Um dos trechos que encontra resistência entre os deputados, especialmente daqueles partidos com políticos investigados na Operação Lava Jato, está nos novos requisitos para a prisão preventiva. Especialmente a possibilidade de a medida ser decretada para “permitir a identificação e a localização do produto e proveito do crime, ou seu equivalente”.
“Temos um pouco de restrição queremos avaliar melhor a questão da prisão preventiva. A prisão é uma situação excepcional, não pode ser início de processo, tem que ser resultado de processo”, disse o vice-líder do PMDB, Carlos Marun (MS). “O PMDB estará presente na discussão”, garantiu.
Durante a comissão geral convocada para discutir a proposta, deputados aproveitaram para pressionar, especialmente o PMDB, a indicar seus membros. O líder peemedebista, Baleia Rossi (SP), passou a responsabilidade para Darcísio Perondi (PMDB-RS) escolher os membros da comissão. Ele não está listado entre os vice-líderes do partido na Câmara.
Não são apenas PT e PMDB que não indicaram seus membros. Partidos como PP, PTB, DEM e PPS também não fizeram suas escolhas. “Está nas suas mãos um trabalho importantíssimo”, afirmou o deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PV-SP), um dos deputados que encampou o projeto de iniciativa popular. Apesar de elogiar a proposta, o peemedebista gaúcho não se comprometeu com as indicações ou qualquer prazo.
Presente na comissão geral, o coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, adotou um discurso político. Disse ver o cenário político como um “copo meio cheio” e que o atual momento configura uma “oportunidade de ouro” para o Congresso. “O que nós vemos é um congresso se movimentando para a aprovação dessas dez medidas. (…) Isso renova as nossas esperanças”, afirmou.

deltan

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JOTA

PP, PTB, DEM e PPS também não indicaram parlamentares para compor a comissão especial

Partidos, como PT e PMDB, travam avanço no Congresso das 10 medidas contra Corrupção

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