O presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz (PSD-AM), anunciou nesta terça-feira (21/9) que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), se comprometeu adotar as medidas contra Jair Renan Bolsonaro – filho mais jovem do presidente Jair Bolsonaro – pelas provocações feitas contra os senadores do colegiado em postagem nas redes sociais.
Jair Renan publicou um vídeo em uma loja de armas, na segunda (20/9). Rindo e mostrando pistolas e funcionários, o filho do presidente disse: “Alô, CPI”.
Em reação, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) afirmou, no Twitter, que apresentou requerimento “para que ele [Jair Renan] possa dar pessoalmente um alô para a CPI e preste esclarecimentos sobre seus vínculos com o lobista Marconny Faria e supostas ameaças a parlamentares”.
Os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Rogério Carvalho (PT-SP) também requereram o encaminhamento de um pedido de investigação junto à autoridade policial mais próxima ou à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Renan.
“Vou levantar uma questão de ordem na CPI contra as provocações nas redes sociais do Jair Renan, filho do Bolsonaro. Nós não estamos de brincadeira, e não vamos aceitar ameaças veladas. Já chega de molecagem com incitação à violência”, disse Carvalho.
Apoiador do governo Bolsonaro, Marcos Rogério (DEM-RO) apoiou a iniciativa de abertura de investigação contra o filho do presidente. “Não pode, a pretexto da liberdade de expressão, alguém fazer ameaça à CPI”, falou.
Relação com suposto lobista
O filho “04” do presidente foi citado na CPI por Marconny Faria, apontado como lobista da Precisa Medicamentos pelos senadores do colegiado. Segundo o depoente, Renan e ele têm amigos em comum e relação em negócios, como uma “empresa de influencer”.
A partir do depoimento de Marconny, a mãe de Renan e ex-esposa de Jair Bolsonaro, Ana Cristina Valle, foi convocada a prestar esclarecimentos à CPI sobre sua relação com o suposto lobista e com compras de vacinas.