Redação JOTA
O ex-CEO das Americanas S.A. Miguel Gutierrez apresentou um atestado médico à Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga possíveis fraudes na empresa e, por causa disso, seu depoimento previsto para esta terça-feira (1/8) foi adiado. No documento, Gutierrez, que está na Espanha, argumenta estar impossibilitado de realizar viagens de avião e pede para que a oitiva seja realizada em outra data e em sessão reservada.
De acordo com o documento assinado pelo advogado Paulo Vieira, do Vieira Rezende Advogados, o ex-CEO foi acometido por uma complicação renal logo após chegar à França, para onde viajou em 29 de junho e planejava retornar em 8 de julho. Por causa da complicação, decidiu fazer um tratamento emergencial na Espanha, “país com o qual possui laços familiares e do qual fala a língua –, onde se encontra atualmente, aguardando liberação clínica para voltar ao Brasil”.
A defesa de Miguel Gutierrez assegura que o ex-CEO tem interesse em colaborar com as investigações da CPI e estará à disposição para comparecer à Câmara assim que tiver condições de retornar ao país. Apresenta ainda a possibilidade de prestar depoimento por videoconferência. “O peticionante esclarece que o fato de ter sido impetrado habeas corpus em seu favor não altera sua disposição em colaborar com a CPI”, sustenta.
Além de apresentar uma justificativa, o ex-CEO sugere uma data para a nova oitiva e pede para que ela ocorra em sessão reservada, por se tratar de “questões técnicas e sigilosas”. “Requer-se, assim, respeitosamente, o adiamento de seu depoimento para data posterior ao dia 25/08/2023 (data antes da qual encontra-se impedido de viajar, conforme Doc. 02) ou, se em data anterior, que seja autorizada a sua oitiva por videoconferência”, acrescenta. A nova data ainda será definida pela CPI.
O outro depoimento que estava previsto para esta tarde, do ex-diretor financeiro da empresa, Fábio Abrate, foi mantido. Ambos haviam apresentado um pedido ao STF para não serem obrigados a depor, mas a Corte negou. Abrate, contudo, teve o direito a ficar em silêncio.
