Humberto Azevedo

<p><span style="font-weight: 400;">O empresário Emanuel Catori, da Belcher Farmacêutica, negou nesta terça-feira (24/8) em depoimento à CPI da Pandemia influência do deputado Ricardo Barros (PP-PR) na tentativa de venda da vacina CanSino, de uma dose, que envolveria um negócio de R$ 5 bilhões, ao Ministério da Saúde.  Cartori admitiu ser amigo de Barros e afirmou que o líder governista nunca participou de nenhuma tratativa com a pasta. </span></p>
<p><span style="font-weight: 400;">“Ele [Barros] é amigo de longa data do meu sócio [Daniel Moleirinho]. De longa data, onde nós nos tornamos amigos também. Tenho uma amizade cordial com ele. (...) Ricardo Barros não participou da reunião sobre a vacina no ministério, tampouco fez gestões com órgãos nesse sentido. Não há vínculo comercial ou societário direto ou indireto da Belcher e seus sócios com o referido parlamentar”.</span></p>
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<p><span style="font-weight: 400;">O negócio não foi concretizado porque a fabricante chinesa de imunizantes descredenciou a Belcher como sua representante no Brasil, alegando questões de “compliance”. A Belcher foi classificada pelo vice-presidente da CanSino, Pierre Morgan, como “um parceiro não adequado”. Cartori diz que a Belcher analisa uma ação judicial contra a Cansino por romper o contrato. Questionado sobre as condições da empresa para fechar a venda da CanSino ao Ministério e sobre o quanto lucraria com a operação, Cartori silenciou. </span></p>
<p><span style="font-weight: 400;">Antes mesmo do início do depoimento, o relator Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou que o colegiado já tinha “implicações óbvias” das relações de Barros com Cartori “São implicações óbvias. Já temos a comprovação que o Ricardo Barros levou [o depoente] ao ministro [da Saúde] Marcelo Queiroga”, falou o relator em entrevista coletiva.</span></p>
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<h3><span style="font-weight: 400;">Fake News </span></h3>
<p><span style="font-weight: 400;">Concluído o depoimento, a cúpula da CPI foi até o Supremo Tribunal Federal (STF) para manifestar apoio ao ministro Alexandre de Moraes, que na última sexta-feira (20) teve um pedido de impeachment apresentado ao Senado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Na ocasião, os senadores também solicitaram ao ministro o compartilhamento com a CPI de dados dos inquéritos que tramitam no Supremo sobre “fake news” e “atos antidemocráticos”. Moraes autorizou a CPI a ter acesso às informações dos dois inquéritos.</span></p>
<p><span style="font-weight: 400;">O próximo compromisso da CPI acontecerá nesta quarta-feira (25), quando será ouvido pelos senadores o presidente do “Fib Bank Garantias” – Roberto Pereira Ramos Júnior. O empresário é apontado como garantidor da Precisa Medicamentos nos negócios com o governo federal, como a tentativa de aquisição superfaturada da vacina Covaxin. </span></p>
<p><span style="font-weight: 400;">A CPI direciona seus trabalhos para a conclusão. Depois do relator Renan Calheiros (MDB-AL) ter manifestado determinação de entregar o relatório final até 15 de setembro na semana passada, nesta terça-feira o vice-presidente da comissão confirmou que os trabalhos devem ser concluídos até final de setembro. </span></p>


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JOTA

CPI, que ouviu empresário da da Belcher Farmacêutica, direciona trabalhos para conclusão até o final de setembro


Emanuel Catori nega influência de Barros em venda de vacina ao Ministério da Saúde

Empresário admitiu ser amigo do líder governista, mas isentou Barros de influência e participação nas negociações para venda dos imunizantes.