Isabella Macedo

A CPI da Pandemia aprovou nesta quarta-feira (30/6) 84 requerimentos de convocações, quebras de sigilos e pedidos de informações, a maioria deles ligados aos casos da Covaxin e da negociação da vacina chinesa da CanSino Biologics. No “pacote” de requerimentos, está a convocação do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). O ex-ministro Eduardo Pazuello, que já teve seus sigilos telefônico e telemático entregues à CPI, teve a quebra dos sigilos fiscal e bancário aprovada hoje.
Segundo o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), Barros pode ser ouvido na próxima semana. A data da oitiva ainda está em negociação e o cronograma de trabalhos anunciado durante a reunião pode ser revisto em negociações internas da cúpula da CPI. 
<a href="https://www.jota.info/produtos/poder?utm_source=Banner%20site&amp;utm_medium=Artigos&amp;utm_campaign=CTA_Poder_materias"><picture><img class="size-medium wp-image-292717 aligncenter webpexpress-processed" src="https://www.jota.info/wp-content/uploads/2021/05/jota-pro-poder8.png" sizes="(max-width: 688px) 100vw, 688px" srcset="" alt="" width="688" height="688" /></picture></a>Além do líder governista, executivos e representantes de empresas ligadas ao deputado também foram convocados. O ex-diretor do departamento de Logística em Saúde Roberto Ferreira Dias também foi convocado. Dias é acusado pelo representante da empresa Davati Medical Suppy, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, de cobrar propina no valor de US$ 1 dólar por dose para a compra da vacina da Astrazeneca. A oitiva com Dominguetti está prevista para esta sexta-feira (02/7)
O presidente da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, cuja convocação já tinha sido aprovada na semana passada, será ouvido nesta quinta-feira (1/7) para explicar o envolvimento da empresa na negociação. Maximiano obteve habeas corpus do Supremo Tribunal Federal para permanecer em silêncio durante o questionamento dos senadores.
O silêncio foi a estratégia do empresário Carlos Wizard em seu depoimento nesta quarta-feira. Convocado a dar explicações sobre as denúncias de que seria um nome do “gabinete paralelo” que aconselhava Jair Bolsonaro no enfrentamento a pandemia, Wizard não respondeu nenhuma pergunta dos senadores, mas foi obrigado a ouvi-las por 6h, além de ter tido seu passaporte retido pela comissão. 
Os senadores também aprovaram a convocação do representante da Precisa, Túlio Silveira e da diretora-técnica da empresa, Emanuela Medrades, que também teve a quebra dos sigilos telefônico e telemático aprovada nesta manhã. A Precisa é sócia de outra empresa ligada a Barros, a Global Gestão em Saúde, que é ré em uma ação de improbidade administrativa. O deputado é acusado de ter beneficiado a Global quando era ministro da Saúde do governo Michel Temer (MDB), entre 2016 e 2018.
Funcionários do Ministério da Saúde também foram alvos dos pedidos aprovados hoje, especialmente ligados à gestão de Barros e ao departamento de Logística em Saúde. A servidora Regina Célia Silva Oliveira, fiscal do contrato da Covaxin e que foi nomeada em 2017, quando Barros era ministro; o ex-diretor de Programa do ministério, Marcelo Bento Pires; o servidor Thiago Fernandes da Costa; e o funcionário terceirizado do ministério Rodrigo de Lima, também serão convocados pela CPI. 
Outro ponto a ser investigado pelos senadores a partir de agora é a negociação da vacina produzida pelo laboratório chinês CanSino Biologics, que seria representada no Brasil pela Belcher Farmacêutica. A empresa é sediada em Maringá, cidade paranaense da qual Barros foi prefeito e cujo sócio é apontado como próximo a Barros. Emanuel Catori, sócio da empresa, foi convocado e deverá prestar depoimento aos senadores.

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JOTA

Ex-diretor da Saúde acusado de cobrar propina na compra das vacinas da Astrazeneca também foi convocado 


CPI da Pandemia convoca líder do governo Bolsonaro na Câmara

Líder governista é convocado para explicar acusações de integrar esquema que pressionava servidor por compra da vacina Covaxin