Vitória ampla

Com 464 votos, Arthur Lira é reeleito presidente da Câmara

Com apoio do bloco parlamentar que reuniu 21 partidos, ele foi o mais votado para o cargo nos últimos 40 anos

Câmara
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), durante a cerimônia de posse dos deputados federais da 57ª legislatura - Crédito: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Com 464 votos, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi reeleito nesta quarta-feira (1/2) para comandar a Casa pelo próximo biênio. Ele obteve mais votos do que em 2019, quando obteve 302 votos. Lira foi o mais votado para o cargo nos últimos 40 anos. No Senado, o presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG) também foi reeleito.

Chico Alencar (PSOL-RJ), que retorna à Câmara para o quinto mandato após quatro anos afastado, recebeu 21 votos. Marcel Van Hatten (Novo-RS), reeleito para o segundo mandato em 2022, obteve 19. Houve 5 votos em branco.

O atual presidente da Casa se elegeu com o apoio do bloco parlamentar recém-criado que reuniu 21 partidos e 496 deputados. Além do PL de Bolsonaro e do PT de Lula, apoiam Lira o União Brasil, PP, MDB, PSD, Republicanos, PSDB, Cidadania, Podemos, PSC, PDT, PSB, Avante, Solidariedade, Pros, Patriota e PTB. As candidaturas de Marcel Van Hatten e de Chico Alencar têm o apoio, respectivamente, do Novo (3 deputados) e da federação formada por PSOL e Rede (14 deputados).

No discurso depois do resultado, Lira exaltou a democracia e condenou os ataques golpistas de 8 de janeiro. Ele defendeu que os envolvidos sejam punidos.

“É hora de desinflamar o Brasil. Distensionar as relações. E os poderes da República, pilares da nossa democracia, devem dar exemplo. É hora de ver cada um no seu quadrado constitucional – para voltarmos a ver os Poderes articulando, interagindo com a clareza exata de onde termina o espaço de um e começa o do outro. Vamos continuar trabalhando ouvindo as ruas, assumir responsabilidades e não cometer os erros do passado, para que o fatídico 8 de janeiro não venha mais a acontecer”, disse.

Em seu discurso antes do início da eleição, Lira, de 53 anos, afirmou que a relação com o governo Lula será de independência. “Se eleito, quero estabelecer com o Poder Executivo não uma relação de subordinação, mas um pacto para aprimorar e avançar nas políticas públicas, a partir da escuta cuidadosa de opiniões e sugestões de nossas comissões”. Ele salientou que Lira não concordaria passivamente com a invalidação de atos, por recursos da minoria, em Tribunais Superiores.

O presidente da Câmara falou sobre o desafio de aprovar uma reforma tributária e disse seguir à disposição dos colegas sem intermediários. Em sua fala, ainda disse ter compromisso com a liberdade de expressão desde que não ameace a democracia.

“Podemos ter adversários, mas não somos inimigos uns dos outros. Essa vai ser a tônica da Câmara nos próximos anos”, disse.