Humberto Azevedo

<p><span style="font-weight: 400;">O ex-assessor especial do ministério da Saúde, Airton Soligo – conhecido como Airton Cascavel - admitiu em depoimento à CPI da Pandemia que a contaminação do debate político atrapalhou o enfrentamento da crise sanitária, mas evitou avaliar o peso dos atos do presidente da República nas mais de 550 mil mortes registradas. “O grande problema da vacina brasileira foi a politização. Se politizou o [Instituto] Butantan. Não falam da importância da Fiocruz”, disse. </span></p>
<p><span style="font-weight: 400;">Cascavel negou também conhecer, ou ter uma relação pessoal, com o tenente-coronel Marcelo Blanco, ex-assessor de Departamento de Logística (Delog) do ministério da Saúde; com Roberto Dias, ex-diretor do Delog; e com o empresário Carlos Wizard, todos já ouvidos pela CPI. </span></p>
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<p><span style="font-weight: 400;">Classificado nos bastidores por membros da CPI como “ministro de fato” durante a gestão de Eduardo Pazuello, Cascavel rebateu as acusações de usurpação de função pública por exercer c aum cargo naquela pasta ministerial sem estar nomeado. Nomeado no dia 24 de junho de 2020 e exonerado na data de 22 de março deste ano, o ex-assessor confessou que despachava no ministério desde 11 de maio de 2020, e que o período de quase dois meses em que cumpriu expediente sem estar lotado na pasta foi consequência da demora na aceitação de seu nome pela Casa Civil.</span></p>
<p><span style="font-weight: 400;">Questionado se a resistência do Planalto seria ligada a alguma irregularidade em prestações de contas passadas como gestor municipal, o ex-assessor disse não saber as razões para a  demora. Advertido pelo vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (REDE-AP), que o exercício da função pública é crime, Cascavel limitou-se a dizer que “essa é uma questão jurídica que teremos pela frente”.</span></p>
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<p><span style="font-weight: 400;">A CPI dará prosseguimento aos depoimentos na próxima semana. A oitiva mais esperada é do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), apontado pelo deputado Luiz Miranda (DEM-DF) como o parlamentar citado pelo presidente, pela pressão exercida sobre seu irmão Luis Ricardo para facilitar a venda da vacina Covaxin por meio da empresa intermediária Precisa Medicamentos. </span></p>


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JOTA

Ex-assessor da Saúde rebateu acusações de usurpação de função pública por atuar no ministério sem nomeação

Cascavel protege Bolsonaro, mas admite que politização atrapalhou combate à Covid-19

Ex-assessor da Saúde rebateu acusações de usurpação de função pública por atuar no ministério sem nomeação