O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), apresentou-se nesta quarta-feira (8/9) como “ponte de pacificação entre Judiciário e Executivo”. Em pronunciamento na TV Câmara, o progressista disse não ver mais “espaço para radicalismo e excesso” e avaliou que chegou a hora de “dar um basta nessa escalada em looping infinito” de “bravatas em redes sociais e eterno palanque que deixaram de ser um elemento virtual e passaram a impactar o Brasil de verdade”.
“O Brasil que vê a gasolina chegar a R$ 7 reais, o dólar valorizado em excesso e a redução de expectativas. Uma crise que, infelizmente, é superdimensionada pelas redes sociais, que apesar de amplificar a democracia estimula incitações e excessos”, declarou.
Lira afirmou que não admite questionamentos a temas superados na Câmara – como o voto impresso – e reiterou seu argumento de que o único compromisso dos brasileiros na seara política está marcado para outubro de 2022, “com urnas eletrônicas”. Até lá, o presidente da Câmara apresenta a Casa Legislativa como local que “estende a mão” para os demais Poderes para encerrar desentendimentos. “ Vale lembrar que temos nossa Constituição, que jamais será rasgada”.
Em nenhum momento Arthur Lira pronunciou a palavra impeachment ou fez referência a qualquer possibilidade de mudança na sua conduta na análise de denúncias contra o presidente. Ao contrário, o tom conciliador do discurso mostra determinação em manter o “ambiente de normalidade de votações” e reduzir a temperatura política entre as bancadas que se movimentam para discutir eventuais apoios a pedidos de impedimento.
O presidente da Câmara também fez menção a cidadãos que foram às ruas pacificamente. “Em tempo, quero aqui enaltecer a todos os brasileiros que foram às ruas de modo pacífico. Uma democracia vibrante se faz assim: com participação popular e liberdade e respeito à opinião do outro”.
É neste cenário que Arthur Lira presidirá a sessão deliberativa desta quarta, na qual está pautado o Código Eleitoral.