Márcio Falcão

A vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, pediu exoneração do cargo nesta terça-feira (30/08) após vir a público um vídeo mostrando sua participação em um ato organizado em Portugal contra o processo de impeachment que afastou a presidente Dilma Rousseff do comando do país.
A saída da número 2 do comando do Ministério Público Federal foi acertada depois de uma conversa de Ela Wiecko com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Em nota, a Procuradoria confirmou a mudança. Ela Wiecko segue como subprocuradora-geral da República.
A situação da vice-procuradora foi considerada delicada depois da divulgação de um vídeo, no qual ela ajudou a segurar uma faixa que estava escrito “Fora Temer” e “contra o golpe”.
As imagens foram publicadas m 28 de junho pela TVT, mantida pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e pelo Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região.
A TVT não fez referências à presença de Ela na manifestação. No vídeo, o sociólogo e professor português Boaventura de Sousa Santos faz um discurso contra o impeachment de Dilma. No fim, há várias pessoas gritando "Fora Temer". A TVT afirmou que são estudantes de 15 países participando de um curso de verão. No movimento de câmera, é possível ver Ela Wiecko segurando a faixa contra o presidente interino.
Ela Wiecko chegou ao comando do MP em 2013, escolhida por Janot. Ela atua na Operação Lava Jato nas licenças de Janot do cargo e também conduz as investigações da Lava Jato no Superior Tribunal de Justiça  (STJ) sobre a suposta participação de governadores no esquema de corrupção da Petrobras, além da Operação Acrônimo, que apura desvios envolvendo campanhas do PT e que tem entre os alvos o governador de Minas Gerais Fernando Pimentel (PT).
Em nota, a PGR afirmou que "Ela Wiecko Volkmer de Castilho pediu dispensa das funções do cargo de vice-procuradora-geral da República nesta terça-feira, 30 de agosto. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, aceitou o pedido e assinou a portaria que será publicada no Diário Oficial da União."
O documento destaca a atuação de Ela no cargo. "Na Vice-Procuradoria-Geral da República, ela foi responsável por importantes projetos na área de direitos humanos, como a criação do Comitê Gestor de Gênero e Raça do Ministério Público Federal e a defesa da legalidade da Lista Suja do trabalho escravo. Também teve atuação de destaque no Conselho Superior do Ministério Público Federal e nos processos junto à Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça."
Em agosto, Manoel Lauro Volkmer de Castilho, marido de Ela Wiecko, pediu exoneração do cargo de assessor no gabinete do ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal.
A decisão foi tomada depois dele ter assinado manifesto de apoio à defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que recorreu ao Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato no Paraná.

Ela Wiecko

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JOTA

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Após pedir "fora temer", vice de Rodrigo Janot deixa o cargo

A vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, pediu exoneração após vir a público um vídeo mostrando sua participação em um ato organizado em Portugal contra o processo de impeachment que afastou a presidente Dilma Rousseff.