Arthur Guimarães

<table style="border-collapse: collapse; width: 100%;" border="1">
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<td style="width: 100%;">Atualização: No dia 6 de novembro de 2023, o juiz Octavio Santos Antunes, do Foro de Cafelândia, absolveu sumariamente Davoine Francisco Colpani e Edson Parra Nani Filho</td>
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O promotor de Justiça Thiago Rodrigues Cardin, do Ministério Público do Estado de São Paulo (<a href="https://www.jota.info/tudo-sobre/mpsp">MPSP</a>), denunciou, nesta segunda-feira (10/4), dois homens pelo crime de perseguição. Segundo Cardin, eles criaram e divulgaram uma “lista de boicote” após as eleições de 2022, constrangendo e ameaçando a integridade física de vítimas.
O delito teria ocorrido em Cafelândia (SP) entre os dias 30 de outubro e 23 de novembro de 2022, quando Davoine Francisco Colpani e Edson Parra Nani Filho, juntamente com outros ainda não identificados, começaram a espalhar uma lista com nomes de pessoas e estabelecimentos cujos donos não teriam votado no então presidente da República <a href="https://www.jota.info/tudo-sobre/jair-bolsonaro">Jair Bolsonaro</a> (PL).
Os nomes circulavam um grupo do <a href="https://www.jota.info/tudo-sobre/whatsapp">WhatsApp</a> do qual faziam parte, o “PATRIOTAS CAFELÂNDIA”. A denúncia narra que ele foi criado durante o processo eleitoral e contava com cerca de 300 integrantes.
Os denunciados e outros membros do grupo passaram a convocar um boicote contra os comerciantes, chamados pejorativamente de “esquerdopatas” e “traidores” que devem ser “banidos”. O conteúdo foi divulgado pelo Facebook e distribuído em folhetos.
Uma mulher declarou ter sido vítima de violência. “Chegaram a passar na frente do meu estabelecimento e jogaram uma bomba. Foi uma caminhonete que passou, de cor azul, acho que uma Ranger. A menina que trabalha comigo quem viu e me falou. Eu escutei, corri e vi a bomba no chão. Meu marido também viu”.
Outros relataram queda no movimento e perda de clientes, com um impacto de até 60% no faturamento. Um homem revelou a intenção de mudar o endereço do estabelecimento comercial porque “o local ficou queimado” perante o público.
“As vítimas (que 'em sua maioria possuem famílias, filhos pequenos, responsabilidades, contas a pagar') tiveram sua integridade física e psicológica ameaçadas com a inclusão ilegal de seus nomes na lista de boicote, causando temor e sofrimento inclusive em seus amigos e familiares,” sustentou o promotor Cardin.
“Como se não bastasse, praticamente todas as vítimas tiveram suas atividades econômicas e comerciais boicotadas, sofrendo grave prejuízo financeiro em virtude das condutas dos denunciados.”
De acordo com o promotor de Justiça, a conduta pelos denunciados e por outras pessoas cessou após a oferta de notícia crime pelas vítimas em 23 de novembro do ano passado, mas os efeitos ainda continuam a ser sentidos.
Na peça, Cardin atribui aos denunciados o crime de perseguição, tipificado no artigo 147-A do <a href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm">Código Penal</a>, nos termos do §1º, inciso III, que prevê uma pena maior caso o delito tenha sido cometido por duas ou mais pessoas. O promotor também pediu a fixação de indenização por danos material e moral às vítimas.
Questionada, a defesa de Edson Parra Nani Filho afirmou que “não houve elementos suficientes para denúncia do Ministério Público” e estar confiante “que durante a instrução processual iremos rebater com êxito todas as acusações”. Ela também ressaltou que “o senhor Edson é de reputação ilibada e sempre colaborou com o bom desenvolvimento de uma melhor sociedade”.
Davoine Francisco Colpani disse não ter elaborado nenhuma lista e muito menos perseguido alguém. “Isso é um grande equívoco e será provado na Justiça.”
<a href="https://www.jota.info/wp-content/uploads/2023/04/1681157888467-denuncia-1501052-67-2022-8-26-0104.pdf">Leia a íntegra da denúncia da ação que tramita com o número 1501052-67.2022.8.26.0104</a>.

Urna Eletrônica

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JOTA

Membros do grupo no WhatsApp 'PATRIOTAS CAFELÂNDIA' poderão responder por crime de perseguição após denúncia

Promotor denuncia homens que criaram &#8216;lista de boicote&#8217; após eleições de 2022

Promotor denuncia homens que criaram 'lista de boicote' após eleições de 2022

Membros do grupo no WhatsApp 'PATRIOTAS CAFELÂNDIA', denunciados poderão responder por crime de perseguição. Leia mais sobre eleições.