Iuri Dantas

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta quarta-feira (9/12) a compra da Rexam PLC pela Ball Corporation depois que as empresas concordaram em abrir mão de unidades fabris e transferir contratos vigentes para um único agente econômico - que se tornará um novo concorrente no mercado de fabricação e distribuição de latinhas metálicas de bebidas.
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A operação balançou o mercado brasileiro e seis empresas se inscreveram como terceiras interessadas no Ato de Concentração, para que pudessem fornecer documentos aos conselheiros a respeito do caso. Foram elas: a Ambev, a Brasil Kirin Indústria de Bebidas Ltda, a Cervejaria Petrópolis, a Crown Embalagens Metálicas da Amazônia, a Can­Pack e a Cervejarias Kaiser Brasil.
A aquisição da Rexam pela Ball foi anunciada em fevereiro deste ano, numa operação de troca de ações no valor £ 4,3 bilhões. Com o aval do Cade, o Brasil torna-se a primeira jurisdição a decidir sobre a operação - que ainda aguarda aprovação em mercados como a União Europeia e
Segundo o conselheiro relator Gilvandro Vasconcelos de Araújo, a fusão resultaria em fortes aumentos de market share em todas as regiões do país, exceto na região norte, onde o crescimento da participação de mercado com a fusão seria de cerca de 2%.
Em mercados como Centro-Oeste e Sudeste, o aumento de participação de mercado poderia chegar a 85% e 75%, respectivamente.
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As preocupações sobre a operação foram tamanhas que a Superintendência-Geral do Cade, responsável pela aprovação sumária da quase totalidade das operações de fusão e aquisição, recomendou a impugnação do negócio. Por isso, o Ato de Concentração 08700.006567/2015­-07 foi remetido ao Plenário.
Competição
Ao avaliar a operação em seu voto, Araújo disse que a entrada de produtos importados representaria menos de 3% do mercado. As barreiras existentes para o surgimento de um novo concorrente, que impedisse abusos da Ball-Rexam, foram consideradas elevadas pelo conselheiro.
Diante disso, seria preciso adotar os chamados "remédios" - medidas para reduzir o potencial de concentração de mercado. Ficou acertado que a Ball-Rexam terá que promover o desinvestimento de unidade fabril, abstendo-se de promover vínculo associativo ou recomprar plantas por um período de dez anos - além de evitar medidas que possam prejudicar a qualidade dos ativos que serão vendidos.
Para evitar especulações sobre o preço das unidades, o Cade mantém sob sigilo o curso dessas vendas - monitorando e informando a sociedade apenas quando o negócio já foi fechado.
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JOTA

Empresas terão que vender unidades fabris para um novo concorrente

Primeiro a julgar fusão Ball-Rexam, Cade aprova nova gigante no mercado de latinhas de bebida

Empresas terão que vender unidades fabris para um novo concorrente