Márcio Falcão

<p class="p1">Relatório da Polícia Federal aponta que, se todas as tratativas negociadas no suposto esquema de suborno de integrantes do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) tivessem sido concluídas, o prejuízo estimado para os cofres públicos ultrapassaria R$ 14,5 bilhões.</p>
<p class="p1">A cifra foi calculada a partir do resultado de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça na Operação Zelotes envolvendo o núcleo central do esquema e que consta no relatório final do chamado “inquérito mãe” da Zelotes.</p>
<p class="p1">O <strong>JOTA</strong> teve acesso a trechos do documento assinado pelo delgado da Polícia Federal Marlon Oliveira Cajado dos Santos, no qual são pedidos os indiciamentos de 14 lobistas e advogados investigados na Zelotes por crimes como organização criminosa, tráfico de influência, lavagem de dinheiro, advocacia administrativa, entre outros.</p>
<p class="p1">“O monitoramento telefônico evidenciou a ação de 03 (três) grupos atuando em vários eventos criminosos que ameaçavam ou lesavam o interesse e patrimônio público da União, sendo que os principais casos levantados ao longo da interceptação telefônica podiam ter gerado um prejuízo de aproximadamente R$ 14,5 bilhões. ”</p>
<p class="p1">A PF afirmou que, “segundo informações dos próprios investigados, somente com o processo administrativos da J.S. (Banco Safra) aproximadamente R$ 1,5 bilhão), Banco Santander (aproximadamente R$ 5 bilhões), GERDAU AÇOMINAS (aproximadamente R$ 3,6 bilhões), e o Banco Bradesco (aproximadamente R$ 2,7 bilhões), isto sem mencionar os demais processos que os investigados trataram no passado que foram melhor compreendidos com o vasto material obtido na interceptação telemática e material apreendido quando das realizações das buscas.”</p>
<p class="p1">Em mais de 500 páginas, a PF descreve as principais ações de ex-integrantes do Carf, lobistas e advogados que agiram especialmente por meio de contratos da SGR Consultoria, uma das empresas apontadas como de fachada criadas para dissimular a realização de negociações com empresas que sofreram autuações milionárias da Receita Federal.</p>
<p class="p1">Segundo dados do Coaf, a SGR Consultoria, entre janeiro de 2005 e dezembro de 2013, considerando somente os valores circulantes em suas contas acima de R$ 5 mil, registrou um total de R$ 115,5 milhões, em 909 transações financeiras. O grupo central do esquema movimentou R$ 1,2 bilhão, em 21.541 operações bancárias.</p>
<p class="p2">Entre o núcleo central da Zelotes com pedido de indiciamento estão o advogado José Ricardo da Silva, sua irmã, Eivanice Canário da Silva, os dois são ex-integrantes do Conselho, e o pai deles Eivany Antônio da Silva, ex-auditor fiscal da Receita Federal, que têm ou já tiveram participação na empresa.</p>
<p class="p1">Só a SGR transferiu para José Ricardo R$ 5,7 milhões, sendo que para a Receita ele não declarou o valor total, tendo uma diferença de R$ 3.,6 milhões nos dados repassados.</p>
<p class="p1">Em depoimentos à Polícia Federal, a maioria dos investigados confirmam suas participações nas diversas empresas com as quais tiveram envolvidos, mas afirmam que as atividades de consultoria desenvolvidas por elas ocorriam dentro da legalidade.</p>
<p class="p1"><strong>FRENTES DE INVESTIGAÇÃO </strong></p>
<p class="p1">Além do inquérito mãe da Zelotes, a operação tem mais 19 casos em investigações individualizadas envolvendo 70 empresas dos  ramos bancário, siderúrgico, automobilístico e da construção civil que teriam se envolvido na compra de decisões do governo.</p>
<p class="p1">Um dos inquéritos apura a compra de sentença do Carf para beneficiar o banco Brascan, que teve uma cobrança de impostos no valor R$ 220,8 milhões anistiada. O banco fez um repasse para a SGR de R$2,7 milhões. No julgamento, José Ricardo não se julgou suspeito ou impossibilitado de atuar no caso. O voto dele foi contrário ao posicionamento da maioria.</p>
<p class="p1">“Os serviços  prestados não eram a mera consultoria, na verdade, a nosso ver, o objetivo era patrocinar os interesses dos seus clientes para dentro no CARF para muito além das defesas técnicos jurídicas que muitas vezes se tratavam de grandes bancas tributaristas, estendendo o alcance à influência que exerciam sobre servidores do órgão e oferecendo serviços de manipulação de andamento processual e decisões valendo-se das facilidades e prestígio que tinha justamente pela qualidade Conselheiros e Ex-Presidente do CARF, supostamente responsável inclusive pela indicação de conselheiros dos quais costumavam se socorrer.”</p>
<p class="p1"><strong>APURAÇÕES</strong></p>
<div>CASO MMC CARF</div>
<div>CASO QUALYMARCAS</div>
<div>CASO JS SAFRA</div>
<div>CASO NOTA PGFN CIA BOZANO</div>
<div>CASO BRADESCO</div>
<div>CASO BVA</div>
<div>CASO LASERTECH</div>
<div>CASO BRAZIL TRAIMNG</div>
<div>CASO WALTER FARIA</div>
<div>CASO TOV:</div>
<div>CASO BANCO BRASCAN]</div>
<div>CASO GERDAU</div>
<div>CASO MEDIDAS PROVISÓRIAS 1</div>
<div>CASO MEDIDAS PROVISÓRIAS 2</div>
<div>CASO CIMENTO PENHA</div>
<div>CASO RBS</div>
<div>CASO MUNDIAL:</div>
<div>CASO SANTANDER</div>
<div>CASO BOSTON</div>
<div>CASO HUAWEI</div>


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JOTA

A cifra foi calculada a partir do resultado de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça envolvendo o núcleo central do esquema

Prejuízo da Zelotes poderia ter chegado a R$ 14,5 bi, diz PF

A cifra foi calculada a partir do resultado de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça envolvendo o núcleo central do esquema