Laura Diniz

Ao longo de quatro horas de depoimento na Polícia Federal de Curitiba (PR), a mulher do marqueteiro João Santana, Mônica Moura, que também é sócia dele, refutou as acusações de que o casal praticou corrupção e lavagem de dinheiro. Santana e Monica foram presos na terça-feira (23/2), pela Operação Acarajé, desdobramento da Lava Jato, com base na movimentação não declarada de US$ 7,5 milhões em uma conta bancária na Suíça.
Entre 2012 e 2014, o casal recebeu pagamentos de US$ 4,5 milhões do lobista Zwi Skornicki e US$ 3 milhões de contas utilizadas pela Odebrecht. No entendimento da força tarefa da Lava Jato e do juiz federal Sérgio Moro, há forte suspeita de que as transações tenham sido remuneração do casal por servicos prestados ao Partido dos Trabalhadores (PT) com dinheiro proveniente de propinas acertadas em contratos da Petrobrás.
A tese da defesa é que Santana e Mônica foram remunerados por uma atividade lícita – o trabalho de marketing político – executada e paga no exterior. Mônica disse aos investigadores que o dinheiro recebido de Zwi era pagamento por serviços prestados a um partido politico angolano e que o dinheiro recebido de contas ligadas à Odebrecht era remuneração por serviços prestados a candidatos que concorreram em eleições na Venezuela e no Panamá.
Como a movimentação não foi registrada no Brasil, o que Mônica admite, na prática, é o crime de possuir conta não declarada no exterior, punido com pena minima de dois anos. Segundo a defesa, não há que se falar em lavagem nem em corrupção porque o dinheiro em questão é lícito – apesar de o casal tê-lo recebido sem saber de onde vinha, nem de quem.
O depoimento de Santana está marcado para esta quinta-feira (25/2), às 9h30. É possível que ele não se estenda tanto, já que é ela quem cuida das finanças das empresas. Ambos cumprem prisão temporária em Curitiba (PR).

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JOTA

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