Márcio Falcão

A Procuradoria da República no Distrito Federal apresentou à Justiça novos elementos contra o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, que se tornou réu ao lado de outras oito pessoas por suposta participação em organização criminosa do MDB da Câmara. Rocha Loures foi flagrado correndo com uma mala com R$ 500 mil que seria propina da JBS.
Na denúncia recebida pela Justiça Federal do DF, os procuradores afirmam que uma agenda do ex-deputado, apontado como interlocutor de Temer no suposto esquema, revela que ele agia na indicação de cargos em favor da organização.
“Com efeito, em agenda de Rodrigo Rocha Loures, apreendida em seu endereço em Brasília, observam-se os seguintes registros que indicam sua atuação na distribuição e manutenção de cargos na CEF [Caixa Econômica Federal] no interesse da organização criminosa”, dizem os procuradores.
Os registros apontados pelo MPF são os seguintes:
“Espaços em SC mantidos e, abaixo, outros espaços supostamente mantidos: Sebrae, VP Edinho CEF Funasa: Apex, 
CEF vice-operações logística e HUGO+ JOVAIR 
PR- Indicações: ANTT/Maria; CEF; BB-JOÃO"
Os procuradores, no entanto, não fazem referências aos registros encontrados e destacam papel de Rocha Loures.  "A análise conjunta dos elementos apurados na Operação Patmos [deflagrada na esteira da delação da JBS] e uma investigação independente promovida pelo escritório Pinheiro Neto Advogados na Caixa evidencia maior intensidade na sua atuação como membro da organização criminosa."
"Além disso, Rodrigo Rocha Loures, como outros membros da organização criminosa, também agia no sentido de defender demandas de empresas que tinham interesse em obter recursos da instituição financeira, com objetivo de obter vantagem indevida, como se depreende das seguintes constatações da investigação independente promovida pelo escritório", completou o documento.
Na denúncia recebida pela Justiça Federal do Distrito Federal por uma suposta organização criminosa ligada ao MDB da Câmara, o Ministério Público Federal su<a href="https://www.jota.info/justica/mpf-amigos-de-temer-eram-arrecadadores-de-propina-para-quadrilhao-do-mdb-10042018">stenta que dois amigos de Temer tiveram papel central</a> para operacionalizar propina para o grupo, em especial ao presidente da República. As implicações atingem o coronel João Baptista Lima  e José Yunes , ex-assessor e amigo do presidente.
A denúncia foi recebida e nove pessoas foram transformadas em réus pelo juiz Marcus Vinícius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal de Brasília.
Este processo é um desdobramento da segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer (PMDB),  os Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral) que foi rejeitada pela Câmara do Deputados em 2017. Com a blindagem de Temer e seus ministros, o Supremo desmembrou o caso e enviou para a primeira instância as implicações dos investigados sem foro.
Após investigações, a Procuradoria da República no DF, por meio da força-tarefa da Operação Greenfield ampliou o número de denunciados e incluiu dois amigos do presidente.
A denúncia leva em consideração a atuação de um grupo ligado ao MDB da Câmara, que teriam atuado em várias frentes em supostas irregularidades na administração pública, segundo o MP, como na Caixa Econômica Federal.

MichelTemereRodrigoRochaLoures

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JOTA

Para procuradores, agenda revela que ele agia na indicação de cargos em favor de interesses do grupo

MPF apontou novos elementos de participação do 'deputado da mala' em organização

Para procuradores, agenda revela que ele agia na indicação de cargos em favor de interesses do grupo