<p>Enquanto houver preconceito, não será possível discutir a colaboração premiada. Esse foi o tom da palestra de Sergio Moro durante o 21º Seminário Internacional de Ciências Criminais, realizado esta semana, em São Paulo. O juiz da Lava Jato dividiu a mesa com o professor Lenio Streck e o advogado Renato de Mello Jorge Silveira.</p>
<p>Segundo Moro, quando um criminoso é colaborador no processo há uma inversão aos olhos da sociedade, e ele se torna vilão. Quando na verdade, afirma Moro, deveria ser o contrário: “quando ele decide colaborar com a Justiça deveria ser valorizado positivamente”.</p>
<p>Sobre as críticas vindas de advogados que se negam a adotar a delação, o juiz perguntou: “De que ética estamos falando? Jamais confessar a prática de crimes? Jamais colaborar com a Justiça?”. Segundo ele, a palavra do delator, por si só, não é confiável. “Tudo o que for relatado deve ser objeto de prova.”</p>
<p>Segundo Moro, os exemplos que existem no Brasil são de processos penais que nunca terminam e que não geram consequências. Essa situação teria levado a um quadro de corrupção sistêmica no Brasil.</p>
<p>"Se a colaboração premiada não for considerada válida para solucionar casos de corrupção, o processo penal deve sofrer mudanças, já que o sistema atual não funciona para determinados crimes, como os contra a Administração Pública", afirmou.</p>
<p>Moro apontou exemplos de como os Estados Unidos usam a delação premiada. Disse que mesmo lá, onde a prática do instrumento é comum, já houve críticas. “Pela maior prática, os Estados Unidos já enfrentaram os problemas que estamos enfrentando hoje”, afirmou.</p>
<p><span style="color: #ff6600; font-size: 14pt;"><strong><a style="color: #ff6600;" href="https://www.jota.info/escritorios-retiraram-patrocinio-de-evento-por-causa-de-sergio-moro">+JOTA: Escritórios retiraram patrocínio de evento por causa de Sergio Moro</a>.</strong></span></p>
<p>Durante a palestra de Moro, a plateia ficou inquieta. Enquanto advogados comentavam a fala do juiz, membros do Ministério Público meneavam com a cabeça. Esse mesmo grupo levantou para aplaudi-lo de pé e correu para tirar fotos ao fim do evento. “Ele é um profissional comedido, perfeito, que não aceitou pressão”, disse um procurador.</p>
<p>Muito aplaudido, o  professor Lenio Streck disse que o Direito não pode depender da vontade individual do aplicador. “Se o Direito for o que os juízes dizem que é, devemos largar tudo. Doutrinadores e advogados têm utilidade”, afirmou.</p>
<p>Leia abaixo a cobertura do evento feita pelo <span class="orange-link">Jota</span> ao vivo no Twitter:</p>
<p>&nbsp;</p>
<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt">
<p dir="ltr" lang="pt">Sérgio Moro: "Até quando falo de jardinagem relacionam com Lava Jato", disse o juiz ao <a href="https://twitter.com/JotaInfo">@JotaInfo</a>, ao justificar pq não concede entrevistas.</p>
<p>— JOTA (@JotaInfo) <a href="https://twitter.com/JotaInfo/status/637347151568334848">28 agosto 2015</a></p></blockquote>
<p><script src="//platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script></p>
<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt"><p>Moro, Lenio Streck e Renato de Mello Jorge Silveira falam agora sobre "colaboração processual" em evento do IBCCRIM — JOTA (@JotaInfo) <a href="https://twitter.com/JotaInfo/status/637348015532019713">28 agosto 2015</a></p></blockquote>
<p><script src="//platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script></p>
<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt">
<p dir="ltr" lang="pt">Streck arrancando risadas da plateia: "Bom em delação premiada é a Catta Preta e em discurso é o Lula".</p>
<p>— JOTA (@JotaInfo) <a href="https://twitter.com/JotaInfo/status/637348440821866496">28 agosto 2015</a></p></blockquote>
<p><script src="//platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script></p>
<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt"><p>Streck: Por mais que tenhamos corrupção no BR não podemos agir de forma consequencialista. "Sou um consequencialista moderado". — JOTA (@JotaInfo) <a href="https://twitter.com/JotaInfo/status/637348712788963328">28 agosto 2015</a></p></blockquote>
<p><script src="//platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script></p>
<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt">
<p dir="ltr" lang="pt">Streck: Delação não pode servir de mecanismo para de pressão do delator. "Seria inconstitucional se fosse usada para pressionar o réu".</p>
<p>— JOTA (@JotaInfo) <a href="https://twitter.com/JotaInfo/status/637349293138018304">28 agosto 2015</a></p></blockquote>
<p><script src="//platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script></p>
<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt"><p>Streck: "Achamos fofinho quando Judiciário concede metade da herança para amante". — JOTA (@JotaInfo) <a href="https://twitter.com/JotaInfo/status/637349810497003520">28 agosto 2015</a></p></blockquote>
<p><script src="//platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script></p>
<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt">
<p dir="ltr" lang="pt">Streck: "Gostamos do ativismo [judicial] quando ele é bom para nós".</p>
<p>— JOTA (@JotaInfo) <a href="https://twitter.com/JotaInfo/status/637349966877429761">28 agosto 2015</a></p></blockquote>
<p><script src="//platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script></p>
<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt"><p>Streck: "Direito não pode depender da vontade individual do aplicador". — JOTA (@JotaInfo) <a href="https://twitter.com/JotaInfo/status/637350578809606144">28 agosto 2015</a></p></blockquote>
<p><script src="//platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script></p>
<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt">
<p dir="ltr" lang="pt">Streck: "Se o direito for o que os juízes dizem que é devemos largar tudo. Doutrinadores e advogados têm utilidade", diz,arrancando aplausos</p>
<p>— JOTA (@JotaInfo) <a href="https://twitter.com/JotaInfo/status/637354601101008896">28 agosto 2015</a></p></blockquote>
<p><script src="//platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script></p>
<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt"><p>Sérgio Moro: "Pela maior prática, EUA já enfrentaram problemas que estamos enfrentando agora", diz juiz da Lava Jato, sobre delação premiada — JOTA (@JotaInfo) <a href="https://twitter.com/JotaInfo/status/637357320201224192">28 agosto 2015</a></p></blockquote>
<p><script src="//platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script></p>
<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt">
<p dir="ltr" lang="pt">Moro: Delação é um instituto polêmico, existem problemas. Mas não conseguimos discutir se partimos de preconceitos. <a href="http://t.co/6cEMIeuxb5">pic.twitter.com/6cEMIeuxb5</a></p>
<p>— JOTA (@JotaInfo) <a href="https://twitter.com/JotaInfo/status/637357379861016576">28 agosto 2015</a></p></blockquote>
<p><script src="//platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script></p>
<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt"><p>Moro participa agora de evento do <a href="https://twitter.com/IBCCRIM">@IBCCRIM</a>. Estamos acompanhando e vamos publicar as principais declarações. — JOTA (@JotaInfo) <a href="https://twitter.com/JotaInfo/status/637357765715955714">28 agosto 2015</a></p></blockquote>
<p><script src="//platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script></p>
<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt">
<p dir="ltr" lang="pt">Moro: Não raramente quando um criminoso é colaborador no processo há uma inversão. Ele acaba sendo o vilão.</p>
<p>— JOTA (@JotaInfo) <a href="https://twitter.com/JotaInfo/status/637358880088031233">28 agosto 2015</a></p></blockquote>
<p><script src="//platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script></p>
<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt"><p>Moro: Deveria ser o contrário: quando ele decide colaborar com a Justiça isso deve ser valorizado positivamente. — JOTA (@JotaInfo) <a href="https://twitter.com/JotaInfo/status/637359064037609472">28 agosto 2015</a></p></blockquote>
<p><script src="//platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script></p>
<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt">
<p dir="ltr" lang="pt">Moro: Criminoso colaborador vai receber pena desproporcional ao seu crime. Isso é ruim.</p>
<p>— JOTA (@JotaInfo) <a href="https://twitter.com/JotaInfo/status/637359318870962178">28 agosto 2015</a></p></blockquote>
<p><script src="//platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script></p>
<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt"><p>Moro: A pena deveria corresponder a culpa. Mas a lei deve dar benefício ao colaborador. — JOTA (@JotaInfo) <a href="https://twitter.com/JotaInfo/status/637359551638020096">28 agosto 2015</a></p></blockquote>
<p><script src="//platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script></p>
<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt">
<p dir="ltr" lang="pt">Moro: Vejo na advocacia opiniões preconceituosas contra o instituto [de delação premiada].</p>
<p>— JOTA (@JotaInfo) <a href="https://twitter.com/JotaInfo/status/637359704428158976">28 agosto 2015</a></p></blockquote>
<p><script src="//platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script></p>
<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt"><p>Moro: De que ética estamos falando? Jamais confessar a prática de cimes. Jamais colaborar com a Justiça? — JOTA (@JotaInfo) <a href="https://twitter.com/JotaInfo/status/637359885198434304">28 agosto 2015</a></p></blockquote>
<p><script src="//platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script></p>
<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt">
<p dir="ltr" lang="pt">Moro: Para os pobres delação é prejudicial para o direito de defesa. Mas na Lava Jato isso não ocorre porque réus têm bons advogados.</p>
<p>— JOTA (@JotaInfo) <a href="https://twitter.com/JotaInfo/status/637360282017341442">28 agosto 2015</a></p></blockquote>
<p><script src="//platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script></p>
<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt"><p>Moro: É impossível saber a motivação exata do colaborador. Mas pode haver 3: arrependimento, prisão cautelar ou expectativa de prisão. — JOTA (@JotaInfo) <a href="https://twitter.com/JotaInfo/status/637360539233075200">28 agosto 2015</a></p></blockquote>
<p><script src="//platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script></p>
<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt">
<p dir="ltr" lang="pt">Moro diz que o motivo mais comum para delação é percepção do réu de que acordo será vantajoso para ele.</p>
<p>— JOTA (@JotaInfo) <a href="https://twitter.com/JotaInfo/status/637360792862650369">28 agosto 2015</a></p></blockquote>
<p><script src="//platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script></p>
<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt"><p>Moro: A colaboração premiada é uma forma de penetrar nessa redoma de segredo, além de ser meio de defesa. — JOTA (@JotaInfo) <a href="https://twitter.com/JotaInfo/status/637361037398945792">28 agosto 2015</a></p></blockquote>
<p><script src="//platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script></p>
<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt">
<p dir="ltr" lang="pt">Moro: O pânico que cerca a delação é de um delator incriminar um inocente.</p>
<p>— JOTA (@JotaInfo) <a href="https://twitter.com/JotaInfo/status/637361161080569857">28 agosto 2015</a></p></blockquote>
<p><script src="//platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script></p>
<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt"><p>Moro: Mas remédio está na lei. Tudo que o delator relatar deve ser objeto de prova. — JOTA (@JotaInfo) <a href="https://twitter.com/JotaInfo/status/637361312457228288">28 agosto 2015</a></p></blockquote>
<p><script src="//platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script></p>
<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt">
<p dir="ltr" lang="pt">Moro: Norma legal limita o poder do juiz. Palavra do delator, por si só, não é confiável. Mas se houver prova indica que disse a verdade.</p>
<p>— JOTA (@JotaInfo) <a href="https://twitter.com/JotaInfo/status/637361579554656256">28 agosto 2015</a></p></blockquote>
<p><script src="//platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script></p>
<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt"><p>Moro diz que processo penal que nunca termina e não gera consequências levou o Brasil a corrupção sistêmica. — JOTA (@JotaInfo) <a href="https://twitter.com/JotaInfo/status/637362049979392000">28 agosto 2015</a></p></blockquote>
<p><script src="//platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script></p>
<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt">
<p dir="ltr" lang="pt">Juiz da Lava Jato diz que se delação não for considerada válida para solução de casos de corrução processo penal deve sofrer mudanças</p>
<p>— JOTA (@JotaInfo) <a href="https://twitter.com/JotaInfo/status/637362270339760128">28 agosto 2015</a></p></blockquote>
<p><script src="//platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script></p>
<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt"><p>Para Moro, sistema atual não funciona para determinados crimes, como os contra a administração pública. — JOTA (@JotaInfo) <a href="https://twitter.com/JotaInfo/status/637362479128047617">28 agosto 2015</a></p></blockquote>
<p><script src="//platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script></p>
<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt">
<p dir="ltr" lang="pt">Sérgio Moro encerra sua palestra no seminário do <a href="https://twitter.com/IBCCRIM">@IBCCRIM</a>.</p>
<p>— JOTA (@JotaInfo) <a href="https://twitter.com/JotaInfo/status/637362877054234624">28 agosto 2015</a></p></blockquote>
<p><script src="//platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script></p>


sergiomoro

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JOTA

Juiz da Lava Jato participou do 21º Seminário Internacional de Ciências Criminais

"Com preconceito, não conseguiremos discutir a colaboração premiada", diz Sergio Moro

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