Recuperação judicial

Light entra com pedido de recuperação judicial, com dívida de R$ 11 bilhões

Companhia diz que vem buscando equalizar as contas, mas que desafios com atual situação econômico-financeira vêm se agravando

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Crédito: Unsplash

O grupo Light informou nesta sexta-feira (12/5), em carta enviada a acionistas e ao mercado, que a companhia ajuizou pedido de recuperação judicial em caráter de urgência na 3ª Vara Empresarial do Estado do Rio de Janeiro. No comunicado, a Light menciona dívidas estimadas em R$ 11 bilhões.

A companhia afirma que vem buscando alternativas e se esforçando para equalizar as obrigações financeiras. Mas argumenta que, apesar do empenho, “os desafios oriundos da atual situação econômico-financeira da companhia e algumas de suas subsidiárias (“Grupo Light”) se mantêm e vêm se agravando”.

Essa situação, segundo a empresa, demandou uma tomada de decisão urgente, sendo neste momento o pedido de recuperação judicial a medida mais adequada.

“A Companhia mantém e reafirma a confiança em sua capacidade operacional e comercial para a negociação e aprovação de um plano de recuperação que lhe permita implementar o pretendido equacionamento e, com isso, restabelecer o seu equilíbrio econômico-financeiro, em benefício do próprio Grupo Light, de seus acionistas, colaboradores, credores e demais stakeholders”, segue o documento.

Crise financeira

Este é mais um desdobramento da crise financeira do grupo Light. No mês passado, a Light, que há cerca de três meses contratou a assessoria financeira Laplace, pediu à Justiça proteção contra execução de dívidas em caráter de urgência. Na ocasião, o pedido tinha objetivo de preservar o fluxo de caixa da companhia.

Também em abril, a agência de classificação de risco Moody’s rebaixou as notas da concessionária de energia elétrica para “grau de especulativo e com alto risco de crédito”. Todas as notas atribuídas à Light foram de B3 para Caa3, com “perspectiva negativa”.

Em nota, a agência afirmou que o rebaixamento seguiu ao “anúncio feito pela gestão de que eles estão tentando negociar com os credores para que concordem em estender suas dívidas a fim de manter caixa às necessidades operacionais da companhia, fazendo a manutenção da qualidade da concessão e os serviços uma alta prioridade”.