Bárbara Lobato

Arrolada como testemunha por advogados do empresário Eduardo Gonçalves Valadão sobre MPs do setor automotivo, a presidente Dilma Rousseff será uma das 63 pessoas a prestar informações à Justiça Federal. Na condição de testemunha, a presidente Dilma não precisa, oficialmente, de uma manifestação da Advocacia-Geral da União no caso.
A equipe jurídica do Palácio do Planalto, comandada pelo procurador da Fazenda Jorge Messias, auxiliará na defesa, já que Dilma foi ministra da Casa Civil entre 2009 e 2010, período em que a MP 471 foi editada e discutida no legislativo. Já recém eleita, Dilma sancionou a MP 512, transformada em lei.
A tendência de arrolar a presidente Dilma, além de outros políticos – Fernando Pimentel, Aloízio Mercadante e Eduardo Cunha, por exemplo – é apontar que não houve favorecimento financeiro em converter as MPs em leis e, sim, uma defesa para o fomento do setor automobilístico. Cabe destacar que há cerca de seis meses, em agosto de 2015, a Caixa Econômica Federal anunciou oferta para condições especiais em linhas de crédito para capital de giro e investimento para socorrer a indústria automotiva e o setor de autopeças.
As perguntas deverão ser elaboradas tanto pelo Ministério Público Federal quanto pelo advogado de Eduardo Valadão. O juiz Vallisney de Souza Oliveira poderá barrar ou acrescentar questões. O juiz arquivou, em 2012, processo contra a então chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, por "falta de provas" da acusação de tráfico de influências do setor de transportes.
Testemunhas do poder
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também já foi arrolado como testemunha quando ocupava a cadeira no Palácio do Planalto. O petista foi convidado a prestar esclarecimentos, como testemunha do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), no inquérito que tramitou no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o escândalo do mensalão.
É a segunda vez que um presidente em exercício é arrolado como testemunha desde a redemocratização. Fernando Henrique Cardoso também foi chamado a testemunhar, em 2009, no processo do mensalão, mas já era ex-presidente.

LM_Pesquisa-Data-Folha-indica-queda-de-popularidade-de-Dilma-Rousseff_280720150001

https://images.jota.info/wp-content/uploads/2021/09/copy-of-jota-logo-high-cmyk.jpeg

JOTA

Defesa ficará com equipe jurídica do Palácio do Planalto, comandada pelo procurador da Fazenda Jorge Messias

Dilma Rousseff é arrolada como testemunha na Operação Zelotes

Defesa ficará com equipe jurídica do Palácio do Planalto, comandada pelo procurador da Fazenda Jorge Messias