Bárbara Lobato

Na decisão que baseou os pedidos de prisão preventiva do ex-secretário de Finanças do PT, Paulo Adalberto Alves Ferreira, e do advogado Daisson Silva Portanova, o juiz federal da 6ª Vara Criminal de São Paulo, Paulo Bueno de Azevedo, responsável pela Operação Custo Brasil, acatou relatório da Polícia Federal que indica a existência de serviços contratados nunca prestados, além do envio de recursos, conforme um e-mail trocado entre ambos. 
Considerado foragido pela Polícia Federal, o ex-tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, se apresenta ao juiz nesta sexta-feira (24/6), às 15h, acompanhado do advogado Roberto Batochio.
Além das informações de duas delações premiadas — do lobista Milton Pascowitch e do advogado e ex-vereador petista Alexandre Romano —, os investigadores encontraram contratos de prestação de serviços e folhas de pagamento entre o escritório Portanova advogados e a Consist Software, empresa de tecnologia da informação responsável pela gestão de crédito consignado a servidores públicos federais. 
Um dos indícios encontrados pela Polícia Federal é um email de Romano, destinado a Portanova e Valter Silvério (Consist), em que ele pede “paciência" devido a dificuldades da nova empresa. Em seguida, Portanova envia a Paulo Ferreira, ex-deputado federal gaúcho e ex-tesoureiro do PT, a mensagem: “Ilustre, para vosso conhecimento, não virá os valores neste mês”.
Para o juiz Paulo Bueno de Azevedo, "há elementos concretos que justificam o risco à instruçào criminal, que pode ser obstada pela produção de documentos falsos e depoimentos combinados".
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Na avaliação do Ministério Público, o e-mail do advogado à Ferreira, ex-tesoureiro do PT, indicando que não seriam repassados valores naquele mês, também reforça a existência do esquema apontado por Alexandre Romano em delação premiada e, por conseguinte, a simulação de serviços.
A Operação Custo Brasil foi desencadeada após depoimentos de delação premiada no âmbito da Lava Jato, do ex-vereador de Americana, em São Paulo, Alexandre Romano. A operação também nasceu de informações de busca e apreensão das fases Pixuleco I e Pixuleco II da Lava Jato e que foram encaminhadas às instituições em São Paulo, após o Supremo Tribunal federal decidir que o caso não tinha conexão com as investigações que eram conduzidas em Curitiba e focadas no esquema de corrupção da Petrobras. 
O Ministério Público Federal e a Polícia Federal avaliam que foram desviados mais de R$ 100 milhões do sistema de gestão de crédito consignado do Ministério do Planejamento no período de 2010 a 2015.
O JOTA tentou contato com os advogados do ex-secretário de Finanças do PT, Paulo Adalberto Alves Ferreira, e do advogado, Daisson Silva Portanova, mas ainda não obteve contato. Essa matéria será atualizada tão logo isso aconteça.

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JOTA

Ex-tesoureiro Paulo Ferreira se apresenta nesta sexta-feira (24/6) à Justiça

Custo Brasil: em e-mail, investigado diz a ex-tesoureiro do PT que propina não seria paga

Ex-tesoureiro Paulo Ferreira se apresenta nesta sexta-feira (24/6) à Justiça