Bárbara Mengardo

JOTA

Durou pouco a “garantia” da relatora da CPI do Carf, senadora Vanessa Graziotin (PC do B/AM, de que o escopo de investigação da comissão não aumentaria com a evidência de ligação entre o esquema de compra de votos no conselho e o lobby feito, em 2009, para a edição de medida provisória benéfica para fabricantes de veículos.
O presidente da CPI do Carf, senador Ataídes Oliveira (PSDB/TO), pedirá a “ampliação do objeto” da comissão, nesta quinta-feira (08/10).
Com base nos novos fatos revelados pela imprensa, o senador apresentou quatro requerimentos para que sejam convocados a depor na CPI o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva; o seu filho, Luís Cláudio Lula da Silva; a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra; e o ex-ministro chefe da secretaria-geral da presidência Gilberto Carvalho.
A sessão marcada para às 9h desta quinta-feira será dedicada unicamente para a análise dos requerimentos.
Com redação quase idêntica, os documentos destacam que matérias vinculadas pela imprensa evidenciam a ligação entre os fatos. Pelo menos duas empresas apontadas na Operação Zelotes como participantes do esquema de compra de votos no Carf também teriam atuado no lobby para aprovação da Medida Provisória (MP) nº 471. A norma prorrogou de 2011 para 2015 os descontos no IPI de carros produzidos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
As companhias são a SGR Consultoria Empresarial e a Marcondes &amp; Mautoni Empreendimentos, que têm em seus quadros José Ricardo da Silva e Mauro Marcondes Machado, já chamados para depor na CPI.
Para Oliveira, o ex-presidente Lula deve depor pelo fato de a MP nº 471 ter sido editada durante seu mandato. Já Luís Cláudio Lula da Silva teria recebido, por meio de sua empresa LFT Marketing Esportivo, R$ 2,4 milhões de Mauro Marcondes Machado.
Segundo o requerimento, Erenice Guerra teria relações com o lobista Alexandre Paes dos Santos, que atuava em parceria com Machado e Silva. Gilberto Carvalho, por sua vez, teria realizado reuniões com Paes dos Santos e Silva.
Os pedidos serão analisados uma semana após a relatora da CPI do Carf afirmar que os novos fatos não alterariam o escopo da comissão. “Se ficarmos trazendo outros assuntos podemos prejudicar a investigação”, disse em entrevista a jornalistas, no dia 1º de outubro.
<a style="color: #ff6600;" href="/wp-content/uploads/2015/10/pauta-cpi-carf.pdf">Leia a íntegra dos requerimentos</a>

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