Luiz Orlando Carneiro

Os meios de comunicação dão grande e merecido destaque aos assaltos ao erário praticados por servidores públicos, e sempre ressaltam a impunidade dos culpados, inclusive dos que foram condenados por seus crimes, e não devolveram o que furtaram. Mas deixam de registrar com igual realce, em virtude da morosidade da Justiça e de falta de acompanhamento, eventuais casos de punições exemplares.
Este é o caso da chamada Máfia da Previdência, liderada pela ex-advogada Jorgina Maria de Freitas Fernandes. Ela foi acusada e condenada por liderar uma quadrilha de fraudadores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que, entre o final dos anos 80 e início dos 90, forjou indenizações milionárias nas varas de acidente de trabalho da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. A quadrilha, formada por advogados, contadores judiciais, juízes e procuradores autárquicos desviou dos cofres públicos mais de R$ 1 bilhão.
Nesta quarta-feira (22/10) - 22 anos depois da condenação da ex-procuradora do INSS, que cumpriu pena de 14 anos – a Advocacia-Geral da União comemorou a venda, em leilão judicial, de mais três casas do seu patrimônio, situadas em Búzios (RJ). As casas foram arrematadas pelo valor total de R$ 1,1 milhão. De acordo com a AGU, até hoje, foram leiloadas, para ressarcimento do erário, 193 imóveis que pertenciam a integrantes da “Máfia da Previdência”.
Outros 104 bens bloqueados da quadrilha aguardam liberação da Justiça fluminense para serem leiloados, inclusive outra propriedade de Jorgina localizada em Petrópolis.
A AGU informa que mais de R$ 156 milhões desviados pela quadrilha foram recuperados, não só com a venda dos imóveis, mas também com a repatriação de dinheiro enviado ao exterior e a penhora de joias. O imóvel de maior valor até agora leiloado foi um apartamento de Jorgina Freitas na Avenida Vieira Souto, no Leblon. Foi arrematado por R$ 7,1 milhões.

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JOTA

 Justiça ainda não liberou para leilão 140 bens bloqueados da Máfia da Previdência

Bens de Jorgina renderam R$ 156 milhões até agora

Justiça ainda não liberou para leilão 140 bens bloqueados da Máfia da Previdência