Márcio Falcão

O processo de cassação da chapa Dilma/Temer no Tribunal Superior Eleitoral registrou nesta quinta-feira (17/11) uma mudança significativa. O empresário Otavio Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, mudou sua versão e negou que tenha feito doações com dinheiro de propina para a campanha dos dois políticos.
Inicialmente, Azevedo disse, em setembro ao TSE, ter pago R$ 1 milhão de origem ilegal ao PT em 2014, além de repasseis de dinheiro legal ao PMDB.
A defesa do PT apresentou um cheque no  valor de R$ 1,025 milhão para o PMDB, repassado a Temer. O TSE convocou Azevedo para uma nova explicação.
Em duas horas de depoimento, o ex-presidente da Andrade disse que o erro foi motivada porque a arrecadação do então vice-presidente, apesar de poder ser feita diretamente por ele na conta de campanha, os recibos eleitorais eram emitidos pelo PT.  Segundo os advogados, a propina teria sido repassadas aos caixas dos partidos.
"Foi um depoimento de retificação, onde ele apresentou a nova versão, dizendo que ele se equivocou, em relação ao primeiro depoimento e que ao contrário então do que disse, não houve da Andrade Gutierrez nenhum valor de propina para a campanha presidencial de 2014", disse o advogado Gustavo Guedes, responsável pela defesa de Temer.
"Nem para a Dilma, nem para o PT. Nem para a Dilma, nem para o PMDB, nem para a chapa. Para o Temer, ele esclareceu que foi um valor, de R$ 1 milhão que ele ofereceu ao vice-presidente à época, assim como havia feito em 2010. Contribuiu com R$ 1 milhão ao então candidato ao vice-presidente em 2010 e fez a mesma conduta em 2014",completou.
Segundo a defesa de Dilma, a alteração na afirmação representa uma reviravolta no processo. "Dos 25 testemunhos de acusação, era o único que dizia que tinha alguma irregularidade na campanha. Hoje cai por terra toda e qualquer acusação de irregularidade na arrecadação de campanha de Dilma e Michel Temer",  disse o advogado Flávio Caetano.
O TSE, no entanto,  ainda investiga outros elementos de suposto abuso de poder econômico, como pagamentos a empresas de fachada, por exemplo.
Advogado do PSDB, José Eduardo Alckmin disse que a correção feita pelo empresário é mais um elementos, mas que não há  dinheiro carimbado.
"Ele disse que houve uma reunião entre ele, Edinho Silva [ tesoureiro da campanha] e João Vaccari [tesoureiro do PT] e ficou estabelecido que o dinheiro do partido, João Vaccari, seria uma coisa e o dinheiro da campanha de Dilma, seria outra coisa. E nessa conversa foi falado dos compromissos oriundos da corrupção em relação ao PT", disse.
"É um dado a mais mas tem que ser ver o conjunto da obra O fato é que houve  durante muito tempo dinheiro de caixa dois inclusive abastecendo o partido da presidente Dilma e aí realmente causa a necessidade de um exame bem apurado para ver se esse dinheiro que nem foi contabilizado uma parte dele se isso não terá incidido na campanha eleitoral", emendou.
Ao deixar o depoimento, Andrade não quis comentar o recuo. "Estou bastante tranquilo, como vejo que tem que ser . As coisas são o que são, vamos continuar olhando para a frente", disse Azevedo.
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JOTA

Otavio Azevedo tinha afirmado que pagou R$ 1 milhão em origem ilegal ao  PT em 2014

Ao TSE, empresário muda versão e diz que não houve propina para chapa Dilma/Temer

Otavio Azevedo tinha afirmado que pagou R$ 1 milhão em origem ilegal ao PT em 2014