Clara Cerioni

A juíza Raquel Fernandez Perrini, da 4ª Vara Cível Federal de São Paulo, deferiu pedido do Ministério Público Federal para afastar do cargo e suspender a remuneração do procurador da República Ângelo Goulart Villela, ex-integrante da força-tarefa da Operação Greenfield, que investigou irregularidades praticadas contra fundos de pensão de grandes estatais.
Villela é acusado de ter gravado clandestinamente reuniões através de seu celular e depois repassado as informações sigilosas para Willer Tomaz, advogado ligado ao Grupo J&amp;F, em troca de propina. As investigações envolviam empresas das quais Joesley Batista era sócio.
<a href="https://conteudo.jota.info/carf-previsivel"><img class="aligncenter wp-image-292715 size-full" src="https://www.jota.info/wp-content/uploads/2021/01/carf-previsivel.jpg" alt="" width="688" height="688" /></a>
O procurador da República também é acusado de enviar a Tomaz cópias impressas de textos elaborados por um dos procuradores responsáveis pelas investigações que tratavam de apurações sobre investimentos fraudulentos envolvendo o grupo empresarial.
Segundo o MPF, órgão do qual Villela faz parte, "os prejuízos às investigações da força-tarefa Greenfield são translúcidos e evidentes, com a revelação da estratégia de atuação e futuras diligências/medidas a serem adotadas com vista à coleta de material probatório, as quais deveriam ter permanecido em segredo e foram indevidamente reveladas a alguns dos investigados". <a href="https://www.jota.info/wp-content/uploads/2021/02/decisao-liminar-autos-n-5022327-61-2020-4-03-6100.pdf">Leia a sentença.</a>
A decisão da Justiça Federal, proferida no último dia 22, foi cumprida na segunda-feira (8/2) pelo procurador-geral da República, Augusto Aras. Em portaria, Aras afastou Villela de suas funções, além de ter suspendido os pagamentos de vencimentos e vantagens pecuniárias.
O investigado conluio com a J&amp;F foi revelado por Joesley Batista e pelo executivo Francisco de Assis no âmbito do acordo de colaboração premiada que ambos firmaram com o MPF, entre abril e maio de 2017.
O procurador da República já estava afastado preventivamente das funções por ordem do Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF). No entanto, a decisão administrativa não suspendia o pagamento dos salários. Villela também é réu numa ação penal, por decisão do Órgão Especial do Tribunal Regional Federal da 1ª Região(TRF1), em dezembro de 2019, pelos mesmos fatos.
O processo tratado nesta matéria corre na Justiça Federal de São Paulo sob o número 5022327-61.2020.4.03.6100. A ação penal tramita no TRF1 com o número 0045948-04.2017.4.01.0000.

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JOTA

Ângelo Goulart Villela foi afastado de suas funções no MPF e teve suspensos os pagamentos de vencimentos

Justiça Federal afasta procurador acusado de passar informações sigilosas à J&#038;F

Justiça Federal afasta procurador acusado de passar informações sigilosas à J&F

Ângelo Goulart Villela foi afastado de suas funções no MPF e teve suspensos os pagamentos de vencimentos e vantagens pecuniárias