Luiz Orlando Carneiro

A juíza Placidina Pires, da 1ª Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e de Lavagem de Capitais de Goiânia, condenou a mais de 22 anos de prisão, em regime fechado, Pablo da Silva Faria, membro de quadrilha que participou, em novembro de 2018, de roubo a um carro-forte na BR-040, em Cristalina, cidade situada entre Brasília e a capital goiana.
<a href="https://www.jota.info/produtos/tributos?utm_source=Banner%20site&amp;utm_medium=Artigos&amp;utm_campaign=CTA_Tributos_materias" rel="attachment wp-att-291213"><img class="size-medium wp-image-291213 aligncenter" src="https://www.jota.info/wp-content/uploads/2021/01/jota-pro-tributos-v2.jpg" alt="" width="300" height="300" /></a>Cinco dos integrantes daquela quadrilha morreram em confronto com a polícia em Brasilândia de Minas, em Minas Gerais, logo depois do ataque ao carro-forte, no qual foram utilizados fuzis e explosivos. O carro-forte ficou destruído e o prejuízo da empresa foi de mais de R$ 500 mil, já que parte do dinheiro queimou com a explosão, uma parte foi recuperada, e o restante foi “pulverizado” entre os integrantes da “associação criminosa”.
Em janeiro último, a juíza Placidina Pires fora alvo de ataques nas redes sociais – inclusive de parte do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) – ao conceder liberdade provisória a uma advogada suspeita de fazer parte de quadrilha especializada em lavagem de dinheiro.
A magistrada explicou então ter aquela decisão, como fundamento, o fato de ser a ré obrigada a seguir dieta rigorosa vegetariana (“vegana”), não podendo ingerir alimento de origem animal. E tendo em vista que a “unidade prisional” não poderia oferecer aquele tipo de alimentação.
Ao comentar o caso, o deputado Bolsonaro afirmara: “Enquanto em todo o mundo a primeira coisa que ocorre a um preso é perder determinados direitos, no Brasil é o contrário, a preocupação é em preservar todos os direitos".
Na severa condenação agora imposta pela juíza da vara bem específica de Goiânia ao condenado Pablo da Silva Faria lê-se: “As circunstâncias da infração penal, de outra banda, são desfavoráveis ao sentenciado, porque, pelo que restou apurado, a associação criminosa da qual era líder, especializada na prática de crimes contra instituições financeiras e carros-fortes, promovia um verdadeiro espetáculo de violência e horror, capaz de deixar em pânico não apenas os vigilantes das empresas de segurança. Mas todos aqueles que presenciavam os ataques e que deles tinham conhecimento, inclusive as vítimas dos roubos dos veículos utilizados nas empreitadas delituosas – o que, sem nenhuma dúvida, transborda os limites do vetor em análise”.
Consta dos autos que o acusado Pablo Faria conseguiu fugir do cerco policial, e só foi preso em 11 de junho de 2019, momento a partir do qual passou a responder ao processo, por meio de advogado constituído. Conforme a assessoria do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, ele confessou ter participado do roubo ao carro-forte, mas disse que não pretendia matar os vigilantes que estavam no carro-forte, atirando em direção ao chão. No entanto, os vigilantes disseram que os assaltantes – que eram seis – atiraram nos vidros frontais e laterais do carro-forte, inclusive na direção deles, enquanto fugiam rumo à mata, tendo um destes vigilantes afirmado que “os assaltantes atiraram para matar”.
De acordo com a juíza de Goiás, outros dois réus que tiveram participação secundária nos crimes, ajudando os assaltantes, também foram condenados a penas mais brandas. Já outros acusados foram absolvidos, porque não foram produzidas provas cabais de que teriam prestado auxílio ao bando.

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JOTA

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