Márcio Falcão

Um mês após a 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília autorizar que o corretor Lúcio Funaro deixasse o Complexo da Papuda e passasse para prisão domiciliar em uma fazenda no interior de São Paulo, o juiz Ricardo Soares Leite questionou o sistema fornecido pelo próprio delator para o monitoramento do cumprimento da pena.
Segundo o magistrado, "a imagem utilizada para mapear a distribuição das câmeras não abrange a totalidade da área ocupada pela propriedade onde se encontra cumprindo prisão domiciliar; e que os vídeos contidos não puderam ser visualizados”.
A Polícia Federal informou em dezembro que não havia tornozeleira eletrônica para fiscalizar o preso. O juiz Vallisney Oliveira, titular da 10ª Vara, foi convencido a liberar a prisão domiciliar diante da promessa de que um sistema de câmeras instalado na residência do investigado permitiria o controle.
Leite constatou dificuldades para avaliar a prisão domiciliar. "Verifico, também, dificuldades operacionais neste Juízo (Vargem Grande do Sul, SP) para a monitoração eletrônica diária do cumprimento da prisão domiciliar de Lúcio Bolonha Funaro, haja vista o reduzido quadro de servidores disponíveis e a inexistência nesta unidade de sala com monitores que operem diuturnamente e em número suficiente, bem como a ausência de corpo de segurança que avalie a adequação das câmeras, quanto ao número necessário de aparelhos, locais de funcionamento, qualidade das imagens e ângulo de cobertura, para proporcionar 
melhor fiscalização da prisão domiciliar", escreveu.
Leite deu prazo de dez dias para a defesa mostrar um mapa com a cobertura das câmeras que abranja toda a propriedade onde Funaro mora. Ele também quer que o Núcleo de Segurança da Justiça Federal do DF se manifeste sobre se pode ajudar na fiscalização da prisão de Funaro.

lulu

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JOTA

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Juiz questiona sistema fornecido por delator para monitorar a própria prisão domiciliar

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