Bárbara Pombo

Depois da leitura da ata da sessão anterior, o presidente da 1ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, Sérgio Kukina, encaminhava o início dos julgamentos de quinta-feira, 20 de agosto, quando foi interrompido pelo ministro Napoleão Nunes Maia Filho.
Passava das duas horas da tarde, quando o ministro pediu a palavra para prestar homenagens ao jurista mineiro José Afonso da Silva. A maior referência do Direito Constitucional brasileiro faleceu, contou o ministro, consternado.
Sentada ao lado de Napoleão, a ministra Regina Helena Costa, levou um susto com a notícia. Curvou a cabeça para o lado, e soltou um sonoro: “É mesmo?”.
A fala do ministro Napoleão rememorando a brilhante trajetória do constitucionalista de 90 anos foi seguida de manifestações dos ministros da turma. O representante do Ministério Público Federal aderiu às homenagens. Todos haviam sido pegos de surpresa, disseram.
Deliberaram, por fim, o envio de uma mensagem de condolências a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), onde o jurista graduou-se e lecionou.
Antes do fim da sessão de julgamento, às cinco da tarde, os secretários da 1ª turma do STJ levaram aos ministros que a informação sobre o falecimento não procedia e cancelaram o envio do ofício.
Hoje, o jornal Folha de S.Paulo publica, na página 3, um artigo intitulado "Renúncia e Legitimidade". Nele, o autor explica por que assinou o manifesto de juristas em favor da renúncia da presidente Dilma Rousseff. “Minha análise é a de que a crise política precisa ter fim”, escreveu José Afonso da Silva, direto do mundo dos vivos.

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JOTA

1ª Turma do STJ presta reverência ao jurista José Afonso da Silva por algo que não ocorreu

Homenagem do mundo dos vivos

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