Redação JOTA

Advogados, ex-ministros, institutos e associações de Direito Eleitoral lamentaram <a href="https://www.jota.info/jotinhas/morre-jose-gerardo-grossi-09052018">a morte do ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)</a> e advogado criminalista José Gerardo Grossi, que faleceu na manhã desta quarta-feira (9/5), aos 85 anos, em sua casa, vítima de um câncer de pulmão.
Para Sepúlveda Pertence, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gerardo Grossi, de quem era amigo, foi um dos "expoentes da profissão, dedicadíssimo às causas que assumia, de estilo primoroso e tribuno admirável". "A saudade, a lembrança e a eterna admiração serão definitivas por toda minha vida", lamenta o ex-ministro. "A morte hoje de José Gerardo Grossi aumenta a solidão de minha senectude".
O ex-ministro do TSE Fernando Neves define Gerardo Grossi como um "incansável defensor das liberdades", que "deixa um grande legado e muitas saudades". Para o também ex-ministro Henrique Neves, "seu nome, importância e lições são eternos".
Para o ex-presidente da OAB Reginaldo de Castro, Grossi "se foi numa hora em que viu a Justiça em imensa decadência" e era "um amigo leal, um advogado querido, que fará muita falta neste período sombrio".
Natural de Abre Campo, Minas Gerais, Gerardo Grossi foi assessor do ministro do STF Hermes Lima e atualmente participava da defesa do ex-presidente Lula. O enterro será nesta quinta-feira (10/5), no Cemitério Campo da Esperança, em Brasília, às 11h.
Grossi também foi conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e lecionava na Universidade de Brasília (UnB). Recentemente, o advogado empregou José Dirceu no seu escritório quando o ex-ministro deixou a prisão.
“Antes de olhar a lei a gente deve olhar a vida”, disse em <a href="http://www.fd.unb.br/index.php?option=com_content&amp;view=article&amp;id=540:a-faculdade-que-virou-o-direito-pelo-avesso&amp;catid=82&amp;Itemid=322&amp;lang=pt" target="_blank" rel="noopener">uma reportagem de 2010</a> sobre a UnB.
Leia as reações à morte de Grossi
"A morte hoje de José Gerardo Grossi aumenta a solidão de minha senectude. Nossas vidas correram em paralelo na maior parte do tempo. Contemporâneos de Faculdade e, depois, já em Brasília, no Ministério Público e na UnB: no Supremo servimos ambos como Secretários Jurídicos (Eu, de Evandro Lins e Silva; ele de Hermes Lima), fomos cassados, no mesmo dia, da UnB e do MP; integramos, os dois, os escritórios de Victor Nunes Leal, também cassado pela ditadura. Advogado, desde as cassações, Grossi se tornou um dos expoentes da profissão, dedicadíssimo às causas que assumia, de estilo primoroso e tribuno admirável. 
 A saudade, a lembrança e a eterna admiração serão definitivas por toda minha vida". De J.P. Sepúlveda Pertence, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal.
"Grossi foi um magnífico Advogado em todas as áreas do direito, mas sempre gostou mais do penal. Tive a grande honra de ser seu colega na saudosa Sociedade de Advogados Nunes Leal, onde as conversas, de todo tipo, seguiam madrugada adentro. Incansável defensor das liberdades, deixa um grande legado e muitas saudades". De Fernando Neves, ex-ministro do TSE.
"Grossi é um advogado de uma fase histórica do Brasil. Vivei momentos críticos e se foi numa hora em que viu a Justiça em imensa decadência, jogando por terra um trabalho de 50 anos para a construção da democracia e do estado democrático de Direito. Um amigo leal, um advogado querido, que fará muita falta neste período sombrio. Era um grande advogado que tinha a sensibilidade de se indignar. Hoje, existe muita complacência". Do ex-presidente da OAB Reginaldo de Castro.
"O Grossi preencheu, em todos os sentidos, o significado maior da advocacia, além da belíssima atuação como magistrado no TSE. Acima de tudo, era humano e alegre. Contava histórias saborosas como poucos. Seu nome, importância e lições são eternos. Que Deus dê forças a Adelaide e filhos para superar o irreparável". De Henrique Neves, ex-ministro do TSE.
"José Gerardo Grossi pertence a uma geração de advogados que foi perseguida pela ditadura militar. Ele era promotor no Distrito Federal junto com um colega e amigo dele, nosso querido José Paulo Sepúlveda Pertence, a quem ele chamava apenas de Zé Paulo. Eu o conheci quando advoguei para o juiz Nicolau dos Santos Neto. Ele advogava para um sujeito que era secretário-geral da presidência do governo FHC e um dia ele me levou para despachar com o então ministro Sepúlveda Pertence. Foi uma conversa inesquecível para mim, então mais jovem, vendo dois gigantes conversarem. Tornamo-nos grandes amigos. Foi ele que me indicou para advogar para João Paulo Cunha, então presidente da Câmara dos Deputados, no caso do mensalão. Nossa amizade era muito estreita, embora ultimamente não estivéssemos nos vemos tanto. Ele deixa um buraco não apenas na advocacia, mas em todos os corações dos amigos. É uma perda irreparável para nós. Fica o exemplo dele, o grande legado dele é o exemplo de conduta reta, profissional ético, combativo, sério, respeitado por todos. Foi ministro no TSE, é uma dessas figuras marcantes em nossa vida. Saudades enormes dele". De Alberto Zacharias Toron, advogado criminalista.
“Grossi foi um dos maiores advogados do país. Além de conhecimento jurídico, tinha a habilidade de criar estratégias e de convencer o interlocutor como nunca vi. Era encantador ouvir suas histórias e suas experiências. O Direito perde um enorme personagem". De Pierpaolo Cruz Bottini, advogado criminalista e professor da USP.
"Perco um amigo, a advocacia perde um grande criminalista e o Brasil um garantista no momento que mais precisamos". De Roberto Podval, advogado criminalista.
"Dr. Grossi encantava a todos. Tratava os advogados mais novos com deferência e carinho. Ótimo contador de casos, foi um advogado brilhante, ético e leal. Hoje é um dia triste para a advocacia brasileira". De José Carlos Oliveira Lima, advogado criminalista.
"Hoje, o dia amanheceu mais triste. Gerardo Grossi se despediu de nós e o Brasil perdeu um de seus mais brilhantes juristas. Em um momento tão delicado da história, perdemos um advogado humanista, sério, competente e defensor firme de nossa democracia. Os amigos perdem também o humor refinado que inspirou sua vida. Solidariedade à família pela dor profunda nesse momento". De Beto Vasconcelos, advogado e ex-secretário Nacional de Justiça.
O falecimento do advogado e ex-ministro do TSE José Gerardo Grossi deixa a todos nós de luto e com enorme tristeza. Excepcional jurista, advogado e juiz, ele sempre combateu os melhores combates em defesa da Democracia e do Estado Democrático de Direito.
Foi cassado pelo regime de exceção, mas nunca permitiu que isso abalasse seu bom humor, sua alegria de viver e sua terna humanidade.
Tampouco deixou de perseverar em seu ofício de advogado e na resistência ao autoritarismo, em busca do que acreditava ser correto e do restabelecimento das liberdades democráticas.
"Tive a honra e o privilégio de conviver com ele na advocacia e nos tribunais, bem como de privar de sua amizade. Pessoa leal e solidária, jamais deixou de fazer o que gostava e viveu intensamente. Estará sempre presente em nossas boas lembranças. Meus sentimentos à Adelaíde, aos filhos, aos parentes e a todos os inúmeros amigos de nosso agora eterno Grossi." José Antonio Dias Toffoli, ministro do Supremo Tribunal Federal.
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JOTA

'Antes de olhar a lei a gente deve olhar a vida', disse Grossi numa entrevista. Enterro será nesta quinta-feira (10/5)

Advogados e ex-ministros lamentam morte de José Gerardo Grossi

Advogados, ex-ministros, institutos e associações de Direito Eleitoral lamentaram a morte do ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e advogado criminalista José Gerardo Grossi, que faleceu na manhã desta quarta-feira (9/5), aos 85 anos, em sua casa, vítima de um câncer de pulmão.