O presidente interino Michel Temer escolheu o advogado Torquato Jardim, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para chefiar o ministério da Transparência, Fiscalização e Controle – criado em sucessão à Controladoria Geral da União.
Jardim atuava no contencioso na Justiça eleitoral e Federal – da 1ª instância a tribunais superiores, como Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça e Tribunal Superior do Trabalho e Tribunal Superior Eleitoral.
Também advogava no Tribunal de Contas da União e no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.
À frente do ministério, Jardim terá, entre outras tarefas, a necessidade de negociar acordos de leniência com empresas envolvidas na operação Lava Jato que desejam manter contratos com a administração pública.
A Lava Jato também está na origem de sua chegada ao governo. Ele substituirá Fabiano Silveira, que deixou o Conselho Nacional de Justiça para assumir a pasta criada por Temer, mas entregou o cargo na segunda-feira, depois de virem a público diálogos seus com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre a investigação. Além de criticar a apuração, Silveira orientava o senador alagoano sobre como responder a questionamentos da Procuradoria Geral da República, nos diálogos divulgados pelo Fantástico, da Rede Globo.
As conversas foram gravadas por Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro, sem o conhecimento dos interlocutores. Em artigo publicado em dezembro com sua sócia Lilian Brandão, o novo ministro Torquato Jardim discutia a validade de escutas ambientais na Justiça Eleitoral, assentando que seu uso criminal estava consolidado como lícito.