Mariana Muniz

O ex-secretário de segurança pública do Rio de Janeiro José Mariano Beltrame disse considerar que a política adotada no Brasil sobre drogas está “atrasada” e que a questão precisa ser encarada de forma sistêmica.
“Não será uma lei, um código, que fará com que nós consigamos diminuir a incidência criminal. Há a necessidade óbvia e urgente de se agregar o estudo e a leitura de outras disciplinas”, afirmou, nesta terça-feira (25/4), durante painel no seminário “10 anos da Lei de Drogas, no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Para Beltrame, que foi o criador das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nas comunidades do Rio de Janeiro, outro ponto problemático é a crença de que segurança pública é sinônimo de polícia.
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“A polícia é um elo de uma corrente que compõe a segurança pública. A polícia tem uma história muito ruim, que se replicou e se replica até hoje, e ela sozinha não vai dar conta da questão das drogas”, defendeu.
Ao contar sobre a experiência das UPPs, o ex-secretário criticou a falta de trabalho conjunto do Estado. Segundo ele, a solução é agir com um “tsunami” de ações.
“A UPP devolveu o espaço público para as pessoas e ficou esperando o cinismo dos políticos. A polícia entrou e ficou ali até hoje esperando que as coisas acontecessem. E uma instituição sozinha não vai resolver esse problema, assim como não será só o Legislativo, ou o Judiciário”.
Beltrame falou ainda que é o momento de juntar esforços para lidar com o problema das drogas, da violência e do crime organizado.
“O momento que o Brasil vive é o momento de tirar as costas da parede. Quem imaginava que nós teríamos um presidente do congresso, branco, poderoso, rico, atrás das grades? Vamos lutar, vamos fazer, não vamos nos esquecer de tudo o que aconteceu”.

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JOTA

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